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- Publicada em 29 de Maio de 2017 às 22:27

Extinção de secretaria não prejudicará indígenas em Porto Alegre, garante coordenador da área

Porto Alegre possui 12 áreas, onde vivem cerca de 3 mil índios

Porto Alegre possui 12 áreas, onde vivem cerca de 3 mil índios


IVO GONÇALVES/IVO GONÇALVES/PMPA/JC
Isabella Sander
Em 2017, a nova gestão da prefeitura de Porto Alegre extinguiu a Secretaria Adjunta dos Povos Indígenas e Direitos Específicos e criou uma coordenadoria no lugar. Em um momento em que o papel da Fundação Nacional do Índio (Funai) é questionado pelo governo federal, o fim da pasta específica na Capital trouxe receio de que a atenção a esta parcela da população porto-alegrense fosse deixada de lado. O responsável pela Coordenadoria Municipal dos Povos Indígenas e Direitos Específicos (Cmpid), Guilherme Fuhr, garante, porém, que isso não irá ocorrer.
Em 2017, a nova gestão da prefeitura de Porto Alegre extinguiu a Secretaria Adjunta dos Povos Indígenas e Direitos Específicos e criou uma coordenadoria no lugar. Em um momento em que o papel da Fundação Nacional do Índio (Funai) é questionado pelo governo federal, o fim da pasta específica na Capital trouxe receio de que a atenção a esta parcela da população porto-alegrense fosse deixada de lado. O responsável pela Coordenadoria Municipal dos Povos Indígenas e Direitos Específicos (Cmpid), Guilherme Fuhr, garante, porém, que isso não irá ocorrer.
Porto Alegre possui 12 áreas, onde vivem cerca de 3 mil indígenas. A política em nível municipal é contemplar essas populações em todos os sentidos, permitindo a eles exercerem a venda de artesanato e o acesso aos serviços públicos. "Muitas das políticas relativas aos povos indígenas são ligadas ao governo federal e ao Estado. Nós aglutinamos tudo, funcionando como mediadores", explica Fuhr.
Um dos problemas locais era o de reclamações da população envolvendo indígenas que vendiam artesanato no Centro, cantavam e dançavam e eram acompanhados por suas crianças de pé descalço. "Aos poucos, fomos conscientizando as pessoas de que eles tinham o direito de estar lá, pois era uma área indígena, e que tudo bem as crianças estarem sem sapato, porque é algo cultural. Impedi-los de ficar de pés descalços seria o mesmo que impedir que uma criança branca não usasse sapatos", exemplifica o coordenador.
Fuhr revela que Porto Alegre como um todo é uma área indígena. "Há dezenas de sítios arqueológicos aqui, de mil anos atrás e mesmo de 300 anos atrás, quando os guaranis ainda circulavam pela Capital", afirma. Para o coordenador, é preciso que os porto-alegrenses desenvolvam a noção de que os indígenas não estão ocupando o território do município, e sim o município que está ocupando os territórios deles.
A demarcação, de acordo com Fuhr, não olha para o passado, e sim para o futuro. "O mais importante não é saber se naquele lugar já houve presença de indígenas, e sim se o local oferece condições de garantir a sobrevivência física e cultural da etnia", observa.
Os indígenas que costumavam ficar acampados na beira da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, por exemplo, só conseguiram lotes de 100 hectares de terra porque a estrada seria duplicada, segundo o coordenador. "Eles viviam em uma situação análoga à dos palestinos em relação a Israel, morando entre a estrada e os latifúndios. São refugiados dentro de seus próprios territórios e só foram beneficiados devido a interesses econômicos", aponta. Contudo, normalmente, na guerra de interesses econômicos, Fuhr afirma que os indígenas costumam perder há 500 anos.
 
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