A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, anunciou nesta quarta-feira (3) a instalação de uma comissão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para monitorar processos envolvendo o trabalho de jornalistas. O órgão contará com conselheiros do CNJ, além de representantes das associações de imprensa. A medida é anunciada no Dia Internacional da Liberdade de Imprensa.
Com isso, segundo a ministra, o conselho poderá examinar e dar prioridade aos problemas que dizem respeito ao Judiciário, além de verificar críticas e censuras judiciais ou processos que envolvam comunicadores.
"Queremos saber quais são os problemas com uma Constituição que garante tão amplamente liberdades, inclusive a liberdade de imprensa, e com um texto que não necessita de grande intervenção para ser interpretado: é proibido qualquer tipo de censura", disse Cármen Lúcia durante evento em Brasília sobre liberdade de imprensa. "O Brasil não é país que garanta livremente a liberdade de jornalista. Quero apurar isso de uma forma até melhor", afirmou.
Segundo a magistrada, com informações precisas, os brasileiros podem fazer escolhas melhores. Para isso, de acordo com ela, é necessário "assegurar a plena cidadania informada, livre, e portanto, crítica e responsável pelas suas escolhas, sem o que nós continuaremos a ter parcela de analfabetismo político pela ausência de informações precisas a partir das quais cada cidadão brasileiro possa fazer sua escolha", afirmou. Cármen Lúcia disse ainda que as lutas do Judiciário e do jornalismo têm valores iguais. O fórum foi criado pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, mas até hoje não foi implementado, disse a presidente do STF.