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Energia

- Publicada em 30 de Maio de 2017 às 18:16

Bandeira verde em junho foi ponto fora da curva, diz Aneel

Agência regulatória pretende rever metodologia que define as bandeiras para 2018

Agência regulatória pretende rever metodologia que define as bandeiras para 2018


/MARCO QUINTANA/JC
O retorno da bandeira verde às contas de luz foi um ponto fora da curva, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. Ele afirmou que a bandeira verde em junho foi uma surpresa positiva e bem-vinda. Rufino previa que as contas de luz ficariam com a bandeira vermelha durante todo o ano, a partir de maio.
O retorno da bandeira verde às contas de luz foi um ponto fora da curva, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. Ele afirmou que a bandeira verde em junho foi uma surpresa positiva e bem-vinda. Rufino previa que as contas de luz ficariam com a bandeira vermelha durante todo o ano, a partir de maio.
"A lógica que se usava e que se usa é que, no período seco (maio a novembro), não é comum que haja chuvas capazes de recuperar o nível de armazenamento. Mesmo que a média seja muito alta, o volume de chuvas não é como o que ocorre no período úmido", afirmou Rufino. "Por isso, esse comportamento em junho foi um ponto fora da curva."
O diretor-geral explicou que os programas de formação de preços de energia têm uma grande sensibilidade ao volume de chuvas que ocorre pontualmente em algumas regiões e períodos, mesmo que o armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas não esteja completamente recuperado.
"Tivemos uma semana muito bem-vinda de chuvas no Sul e no Sudeste", afirmou Rufino. "Mas se olharmos o nível de armazenamento dos reservatórios, ele não se recuperou tanto assim", acrescentou.
Rufino reconheceu que a volatilidade do sistema de bandeiras tarifárias tem causado preocupação e um pouco de "incômodo" à Aneel. Por isso, segundo ele, a agência deve rever a metodologia que define as bandeiras para 2018. As eventuais mudanças, no entanto, não serão válidas para este ano.
"Não queremos causar confusão na cabeça do consumidor, com uma bandeira vermelha que cai, de uma vez, para a bandeira verde, mesmo com um nível de chuvas que não tenha causado uma mudança estrutural em termos das condições de reservatórios, pensando mais a médio prazo", explicou.
O sistema de bandeiras é atualizado mensalmente pelo órgão regulador, que avalia o nível de chuvas, a situação dos reservatórios e o consumo de energia em todo o País. Em maio, o aumento das chuvas, principalmente nos últimos dias do mês, contribuiu para a redução do preço de energia no mercado de curto prazo (PLD), que é o principal indicador levado em conta no sistema das bandeiras tarifárias. Isso levou ao acionamento da bandeira verde em junho.
De acordo com a Aneel, o custo da usina termelétrica mais cara a ser acionada em junho será de R$ 155,85 por megawatt-hora (MWh). A bandeira verde é acionada toda vez que a energia fica abaixo de R$ 211,28 por MWh. Nos meses de abril e maio, vigorou a bandeira vermelha, em seu primeiro patamar, o que adicionava uma taxa de R$ 3,00 a cada 100 quilowatt-hora consumidos.
Em março deste ano, foi acionada a bandeira amarela, com taxa de R$ 2,00 a cada 100 kWh. Em janeiro e fevereiro deste ano, vigorou a bandeira verde. O sistema ainda conta com a bandeira vermelha em seu segundo patamar, que adiciona R$ 3,50 a cada 100 kWh consumidos. Isso ocorre quando as termelétricas mais caras são acionadas para abastecer o País.

Distribuidoras reduzem contratação de 1.362 MW médios em sobras

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que as distribuidoras de energia elétrica conseguiram reduzir a contratação de 1.362 MW médios de forma permanente e outros 531 MW médios de cessões compulsórias, com efeitos a partir de janeiro de 2018 até 2021.
O anúncio do resultado oficial do Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) de Energia Nova, mecanismo criado no ano passado, visa ajudar as distribuidoras a reduzir suas sobras de energia.
Além da rodada anunciada ontem, as distribuidoras já obtiveram uma redução de 1.300 MW médios para 2017 em edições anteriores do mecanismo, em abril e janeiro deste ano, informou a CCEE. Com essas reduções e também com a negociação bilateral de contratos, as distribuidoras vêm reduzindo sua sobrecontratação e já sinalizam que precisarão contratar energia para fornecimento a partir de 2022, o que deve abrir espaço para a realização de um leilão A-5 (para fornecimento cinco anos a frente) ainda em 2017.
"Com certeza, vai ter espaço para contratação de energia para 2022. É prematuro dizer um volume, mas haverá demanda para um A-5 em 2017", disse ao Broadcast o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, na semana passada.