Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Conjuntura

- Publicada em 29 de Maio de 2017 às 19:41

Meirelles nega 'plano B' para a Previdência

Meirelles projeta crescimento da economia após a recessão de 2016

Meirelles projeta crescimento da economia após a recessão de 2016


MARCELO CAMARGO/MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem que foi surpreendido pela notícia de que o governo teria um plano B no caso de a reforma da Previdência não ser aprovada no Congresso. "Não é real", disse, durante evento em São Paulo. O ministro reforçou que a expectativa do governo é que a economia cresça em 2017, depois da forte recessão em 2016. A previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) chegue ao quarto trimestre crescendo 2,7% na comparação com igual período de 2016.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem que foi surpreendido pela notícia de que o governo teria um plano B no caso de a reforma da Previdência não ser aprovada no Congresso. "Não é real", disse, durante evento em São Paulo. O ministro reforçou que a expectativa do governo é que a economia cresça em 2017, depois da forte recessão em 2016. A previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) chegue ao quarto trimestre crescendo 2,7% na comparação com igual período de 2016.
Meirelles citou a queda do risco Brasil pela metade nos últimos meses, a redução da inflação e o corte dos juros. "A queda dos juros hoje reflete a diminuição da taxa de inflação", afirmou ele, destacando que o que se discute hoje no mercado é a magnitude da queda dos juros e não se o Banco Central vai subir a taxa.
A previsibilidade, destacou Meirelles, é uma questão essencial para atrair investidores e o governo tem tentado garantir estabilidade de regras para os estrangeiros interessados no Brasil. Nos projetos de concessões, o que vai prevalecer são as regras de mercado, disse o ministro.
Meirelles, afirmou que o governo segue com a expectativa de aprovação da reforma da Previdência e quanto mais rápido for a aprovação, melhor será para as expectativas dos agentes e para a recuperação da economia.
O ministro disse que se a Câmara cumprir o que sinalizou seu presidente, o deputado Rodrigo Maia, de votar o texto na primeira quinzena de junho, será um fator positivo. "Eu tive reuniões extensas com parlamentares. Tive reuniões com a bancada de todos os partidos que compõem a base e a discussão sempre foi muito produtiva", disse o ministro no Fórum Exame de Previdência.
Segundo Meirelles, os parlamentares demonstraram entender nestes encontros, que chegaram a durar sete horas, a necessidade da reforma e que, sem as medidas, a trajetória da dívida do governo é insustentável. "Mesmo que todas as despesas se limitassem a um terço do Orçamento não haveria espaço para elas", observou Meirelles. "A reforma da Previdência se torna cada vez mais necessária na visão da sociedade. Estamos na hora certa para fazer a reforma."
Ao ser questionado sobre a reação do mercado às recentes denúncias contra Michel Temer (PMDB), que vem sendo marcada por certa calma depois da turbulência inicial, Meirelles afirmou que o mercado acredita que a economia hoje não é mais tão frágil. "A economia já está crescendo e isso dá maior confiança a todos."
 

Crise coloca em risco melhora de índices de confiança

A incerteza que paira sobre a economia deve minar os índices de confiança de empresários e do consumidor, que apesar de ainda se situarem em níveis históricos baixos, engrenaram uma trajetória de crescimento este ano. De acordo com as sondagens realizadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indicadores de confiança da indústria, serviços, comércio, construção e do consumidor tinham, depois de um longo período de queda, voltado a patamares registrados entre 2014 e o início de 2015, anteriores ao aprofundamento da recessão econômica. Se altos, os índices de confiança revelam uma maior propensão de os consumidores irem às compras e de as empresas investirem.
"Em junho, devemos ver um baque nesse índices, que serão calibrados para baixo, reflexo da delação envolvendo o presidente Temer. Mas se isso será momentâneo ou não vai reverter essas trajetórias de melhora, dependerá do tempo que levará para esse imbróglio se resolver", diz o superintendente de Estatísticas Públicas do FGV/IBRE, Aloisio Campelo Junior.
Neste ano, estes índices já haviam recuperado mais de 50% das perdas ocorridas durante a crise, com destaque para a indústria, cujo índice de confiança atingiu 91 pontos em abril deste ano, o melhor resultado desde maio de 2014, período anterior à crise. Campelo Junior relembra que os índices, que foram abalados pela recessão, em 2015, começaram a parar de piorar na virada para 2016 e melhorar a partir de setembro do ano passado, principalmente por conta de uma visão mais positiva do futuro, criando expectativa de que a produção pararia de cair.
Os índices de confiança medidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) também apresentam melhora. Apesar da queda na atividade, a indústria da construção está com expectativas menos negativas. Em maio, o índice de expectativas sobre o nível de atividade foi de 50,3 pontos. Com alta de apenas 0,6 ponto em maio frente a abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) da CNI atingiu 53,7 pontos, revertendo parcialmente a queda de 0,9 ponto assinalada em abril. Desde fevereiro, o Icei se mantém estável, em torno de 53,5 pontos.