Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 17 de Maio de 2017 às 17:54

Deputados aprovam relatório da CPI da Funai

Aproximadamente 20 índios protestaram na porta da Câmara e não puderam participar das discussões

Aproximadamente 20 índios protestaram na porta da Câmara e não puderam participar das discussões


RENATO COSTA/RENATO COSTA/FRAME/FOLHAPRESS/JC
Parlamentares da bancada ruralista aprovaram ontem o relatório final da CPI Funai-Incra, que pede o indiciamento de cerca de 100 pessoas ligadas à causa indígena no País. Entre os que tiveram nome citado em pedidos de indiciamento estão ao menos 30 índios, nove antropólogos, 14 integrantes da Igreja Católica e 16 procuradores federais. Foi solicitado ainda o indiciamento de quatro servidores da Funai e outros nove do Incra. O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo também é um dos citados.
Parlamentares da bancada ruralista aprovaram ontem o relatório final da CPI Funai-Incra, que pede o indiciamento de cerca de 100 pessoas ligadas à causa indígena no País. Entre os que tiveram nome citado em pedidos de indiciamento estão ao menos 30 índios, nove antropólogos, 14 integrantes da Igreja Católica e 16 procuradores federais. Foi solicitado ainda o indiciamento de quatro servidores da Funai e outros nove do Incra. O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo também é um dos citados.
O pedido tem efeito mais político do que prático. A decisão de investigar e porventura apresentar denúncia contra os nomes caberá ao Ministério Público.
A CPI foi criada em novembro passado e é dominada pela bancada ruralista na Câmara, setor historicamente em conflito com comunidades indígenas no País. O relator da CPI, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), é o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária.
A comissão se propôs a investigar fraudes nos processos de demarcação de terras e na aplicação de recursos destinados às tribos. Também apurou assentamentos e comunidades quilombolas. Não há, no relatório, no entanto, sugestões de indiciamento de nenhum produtor rural ou pessoa envolvida em conflitos com indígenas no campo. 
Na página 2.971 do relatório, a CPI indicia Carlos Antonio Dai Prá, falecido em 2008. Ele foi superintendente substituto da unidade regional do Incra no Rio Grande do Sul. A questão foi muito criticada pela oposição, formada por parlamentares do PT, PCdoB e PPS.
A oposição tentou protelar a votação o quanto pode, já que a maioria dos integrantes se mostrou francamente favorável à aprovação do relatório final. Deputados do PSOL e da Rede, embora sem assento na CPI, reforçaram o grupo minoritário de oposição.
Um grupo de cerca de 20 indígenas protestou na porta da Câmara dos Deputados. Assim como na sessão do dia anterior, eles não foram permitidos de participar das discussões no último dia da CPI. Somente um índio assistia aos debates. "Essa CPI só tem um interesse, que é acabar com as demarcações de terra no País e a extinção da Funai", disse o indígena Alberto Terena, do Mato Grosso do Sul. "Enquanto eles discutem, nossa gente morre na mão de pistoleiros no campo."
O deputado João Rodrigues (PSD-SC) afirmou que a Funai utiliza os índios como massa de manobra. "Na minha região, o índio quer trabalhar, quer ter carro, roupa, mas a Funai quer dar o mínimo a esses pobres coitados", disse.
A fala foi criticada pelo único índio na sala. "Dizem que nossas comunidades são zoológicos humanos. Nós temos nossos costumes, nosso modo de vida, e gostaríamos de ser respeitados", afirmou.
 
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO