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Contas Públicas

- Publicada em 02 de Maio de 2017 às 22:41

Medida do CMN sobre as dívidas beneficia o Estado

Coletiva do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, sobre estudos realizados por integrantes do Tesouro Nacional

Coletiva do secretário da Fazenda, Giovani Feltes, sobre estudos realizados por integrantes do Tesouro Nacional


JONATHAN HECKLER/JONATHAN HECKLER/JC
A resolução nº 4.566, recentemente publicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), terá reflexos diretos para os cofres do governo gaúcho. A determinação possibilitará o alongamento de dívidas dos estados com o Bndes por 10 anos, a partir do prazo original dos contratos, além de conceder carência nos primeiros quatro anos. Por conta dessa carência, o Rio Grande do Sul deverá deixar de pagar aproximadamente R$ 5 milhões ao mês durante o período. A dívida total do Estado com o Bndes é de R$ 916 milhões, números atualizados em dezembro de 2016.
A resolução nº 4.566, recentemente publicada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), terá reflexos diretos para os cofres do governo gaúcho. A determinação possibilitará o alongamento de dívidas dos estados com o Bndes por 10 anos, a partir do prazo original dos contratos, além de conceder carência nos primeiros quatro anos. Por conta dessa carência, o Rio Grande do Sul deverá deixar de pagar aproximadamente R$ 5 milhões ao mês durante o período. A dívida total do Estado com o Bndes é de R$ 916 milhões, números atualizados em dezembro de 2016.
"No total dos quatro anos, daria cerca de R$ 240 milhões", frisa o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes. A iniciativa abrange valores contratados até dezembro de 2015. Contudo, o dirigente salienta que o juros continuarão sendo pagos, a carência diz respeito somente ao valor principal envolvido com os empréstimos. As dívidas envolvem projetos de financiamento que têm o Bndes como agente financeiro como, por exemplo, o Proinveste (que teve recursos destinados para áreas como a segurança, irrigação e estradas) e os Programas Emergenciais de Financiamento (PEFs) 1 e 2.
A questão vinha sendo discutida há mais de um ano e o secretário considera o desfecho uma conquista para o Rio Grande do Sul. Feltes recorda que o governador José Ivo Sartori abordou o assunto durante o fórum dos governadores realizado no ano passado. O secretário acrescenta que a decisão vem no bojo da renegociação das dívidas dos estados com a União.
O projeto que reavaliou as dívidas dos estados foi aprovado em dezembro e, em contrapartida, os governadores comprometeram-se a respeitar um teto para os gastos públicos e a fazer com que o aumento das despesas não exceda a inflação. Feltes enfatiza que há três anos o Estado está com Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e orçamento realistas. "Já vínhamos fazendo o dever de casa em relação a manter os gastos no limite da inflação, estamos aquém inclusive", afirma.
 

Governo gaúcho paga serviço da dívida com a União

O governo do Estado pagou, ontem, os serviços da dívida com a União referentes ao mês de abril. Foram depositados R$ 97,7 milhões, valor previsto na repactuação da dívida aprovada em dezembro do ano passado. O socorro aos estados em maiores dificuldades financeiras, entre eles o Rio Grande do Sul, teve o texto básico aprovado na metade de abril pela Câmara dos Deputados.
Desde janeiro, o Estado retomou os pagamentos para a União numa escala crescente de 5,5% a cada mês sobre o valor da parcela, que atualmente estaria perto dos R$ 310 milhões. Esta carência parcial de 18 meses acaba em julho de 2018, quando a parcela atingirá os 100% do custo a cada 30 dias. Além deste valor, somam-se R$ 40 milhões mensais devido ao período que o governo deixou de pagar a dívida, entre abril e junho de 2016, aparado por liminar do Supremo Tribunal Federal que suspendeu os pagamentos.
O Regime de Recuperação Fiscal prevê a suspensão do pagamento da dívida por três anos. Neste período de carência, o alívio para os cofres estaduais chegaria a R$ 9,5 bilhões ao longo dos 36 meses. A possibilidade de o Estado ter condições de buscar novos empréstimos depende da privatização das estatais do setor de energia (CEEE, CRM e Sulgás), cujos projetos que retiram a exigência prévia de plebiscito tramitam na Assembleia Legislativa.