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Opinião

- Publicada em 04 de Maio de 2017 às 21:44

Para sobreviver, transporte de cargas precisa de armaduras novas

Dentro do mercado de transporte existem dois inimigos gigantes, e que já estão fora de controle: a condição das estradas e a segurança. O primeiro, entre eles, é aquele com quem melhor lutamos, pois o mercado se mantém em movimento, buscando alternativas e vencendo pequenas batalhas diárias. Contra o segundo estamos nas cordas, próximos de sofrer a derrota, e isso pode significar o fim da linha, em uma situação em que não será mais possível realizar transportes no Brasil.
Dentro do mercado de transporte existem dois inimigos gigantes, e que já estão fora de controle: a condição das estradas e a segurança. O primeiro, entre eles, é aquele com quem melhor lutamos, pois o mercado se mantém em movimento, buscando alternativas e vencendo pequenas batalhas diárias. Contra o segundo estamos nas cordas, próximos de sofrer a derrota, e isso pode significar o fim da linha, em uma situação em que não será mais possível realizar transportes no Brasil.
A mais recente pesquisa sobre os crimes nas estradas, realizada pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), mostrou que o prejuízo estimado ultrapassou R$ 1,4 bilhão em 2016, um sinal de alerta muito forte de que algo precisa ser mudado. Nós chegamos à oitava colocação no ranking de piores países para o transporte de carga, para um País de nossas dimensões e que depende tanto do transporte via rodovias, esse número é um sinal alarmante.
Muitos integrantes do mercado ainda não enxergam como essa situação pode onerar o mercado de transporte, além daquilo que salta aos olhos. Caso esse cenário não se modifique rapidamente, questões como o seguro das cargas, valor cobrado pelos motoristas e do frete em geral podem sofrer aumentos significativos e acrescer burocracia e limitações sobre o mercado.
Atualmente, as seguradoras já possuem procedimentos especiais para trechos e mercadorias específicas, e isso já possui um impacto no preço final do produto, fazendo com que toda a cadeia sinta essa diferença. Esse é o típico caso de uma falha do Estado que impacta na atuação das empresas.
Existem duas alternativas importantes que o mercado deve fazer para que esse ciclo seja modificado. A primeira é uma pressão sobre os governos para que a questão da segurança se modifique, mais de 65% das cargas do País são transportadas pelas estradas. Essa é uma parcela muito significativa dentro da economia brasileira e tem força para pressionar por maior cuidado.
Outro ponto é o uso da tecnologia. Esse investimento é, em curto prazo, o maior aliado e aquele que alcançará resultados importantes. Rastreadores, GPS, bloqueadores e afins já são comuns, e não surtem mais o efeito de outrora, agora é necessário pensar além, em tecnologias mais complexas e que possuam diferenciais.
O mercado se vê no ponto de sofrer uma derrota amarga e de difícil recuperação, precisa começar a se mexer, ou não conseguirá mais sair desse beco. É importante essa mudança, pois o mercado de transporte de outros países começa a evoluir e, se não tivermos um cenário competitivo, iremos perder para a concorrência.
Diretor de Logística da CargoX

Volkswagen anuncia recall para as picapes do 'Dieselgate' no Brasil

Praticamente um ano e meio após a descoberta do escândalo nos Estados Unidos, a Volkswagen anunciou, no Brasil, um recall para corrigir as picapes do modelo Amarok equipadas com um dispositivo capaz de burlar os controles de emissões de poluentes.
A montadora alemã está convocando os proprietários da picape a agendar, em uma de suas concessionárias, a "substituição" gratuita do software presente na central de comando do motor que foi programado para reconhecer procedimentos de laboratórios e "reduzir" a poluição do veículo durante testes de emissões. O serviço, que levará 30 minutos, será feito em um total de 17 mil picapes - modelo 2011 e parte da linha 2012 - importadas da fábrica do grupo na Argentina. No comunicado do recall, a montadora reafirma, porém, que o equipamento não altera os níveis de emissões das picapes comercializadas no mercado brasileiro.
O Ibama, responsável por fiscalizar se os carros vendidos no País seguem as normas de emissões, rebate a versão e cobra da fabricante uma multa de R$ 50 milhões - contra a qual a multinacional alemã apresentou, em 11 de abril, o segundo e último recurso possível no processo administrativo.
Uma investigação conduzida pelo órgão de proteção ambiental concluiu que a Volkswagen acionou o software para contornar a fiscalização brasileira. Segundo o Ibama, novas medições mostraram que, quando estão em circulação nas ruas, as picapes equipadas com o dispositivo emitem 10% mais óxidos de nitrogênio do que o permitido pela lei.
A violação da legislação ambiental só não foi detectada nos testes feitos durante o processo de homologação do modelo, porque, conforme o Ibama, o acionamento do dispositivo permitiu reduzir as emissões do contaminante atmosférico
Os veículos envolvidos no recall foram montados entre 3 de dezembro de 2009 e 11 de novembro de 2011, com o mesmo motor a diesel produzido na Alemanha que foi alvo da investigação norte-americana - no escândalo que ficou conhecido como "Dieselgate".

Nova política industrial pretende beneficiar os veículos menos poluentes


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Com taxa de ociosidade acima de 50% de seu parque produtivo e respondendo por 22% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial, a indústria automobilística começou a discutir com o governo uma nova política para o setor. Está em construção o sucessor do Inovar-Auto, que acaba em 31 de dezembro. Entre as propostas está um novo sistema de cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis. Em vez das cilindradas, como é hoje, poderá ser adotada como critério a eficiência energética.
"Queremos desenhar um programa que vá além dos ciclos políticos", disse Igor Calvet, secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). O programa, batizado de Rota 2030 e lançado pelo ministro Marcos Pereira, vai fixar metas para as indústrias de automóveis e autopeças, com o objetivo de colocar o Brasil como um dos seis grandes centros produtores de veículos no mundo.
Para isso, será necessário investir pesado em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil não tem, por exemplo, produtores de conjuntos de eletrônica embarcada, que é uma tendência cada vez mais forte na indústria automobilística mundial. O Rota 2030 terá um plano chamado Indústria Competitiva, que vai qualificar os fabricantes de autopeças. Vai atuar nos problemas existentes na cadeia de fornecedores já instalada, estimular a chegada de novos fornecedores para ocupar "gaps" identificados pelas montadoras, e atuar junto com as montadoras na busca de novas soluções tecnológicas.
Estão também em discussão alterações na regulação do setor. Uma delas é federalizar a inspeção veicular, tarefa desempenhada por estados e municípios, para retirar de circulação veículos mais antigos. Circulam no País mais de 250 mil caminhões com mais de 30 anos. Além da tributação e de medidas regulatórias, o Rota 2030 terá iniciativas para informação ao consumidor. Uma delas é que os veículos passem a ter "nota" conforme requisitos de segurança. As montadoras já são obrigadas a etiquetar os carros com conceitos de A a E para a eficiência energética, informando quanto o carro percorre por litro de combustível e também o volume de emissão de dióxido de carbono. A ideia é ter um plano fechado até 30 de agosto.