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Política

- Publicada em 18 de Abril de 2017 às 21:52

Santana relata caixa-2 a Lula e Dilma

Depoimento de Santana foi divulgado ontem pelo juiz Moro

Depoimento de Santana foi divulgado ontem pelo juiz Moro


/STR/AFP/JC
Os marqueteiros João Santana e Mônica Moura afirmaram em depoimento ao juiz Sergio Moro ontem que receberam recursos de caixa-2 da Odebrecht nas campanhas dos ex-presidentes petistas Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006). "A relação da minha empresa com o grupo Odebrecht foi aberta na campanha de reeleição do presidente Lula. Na época, o ministro Antonio Palocci (PT) - que não era mais ministro - fez esse contato e uma parte do pagamento dessa campanha foi feita através da Odebrecht", afirmou Santana.
Os marqueteiros João Santana e Mônica Moura afirmaram em depoimento ao juiz Sergio Moro ontem que receberam recursos de caixa-2 da Odebrecht nas campanhas dos ex-presidentes petistas Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006). "A relação da minha empresa com o grupo Odebrecht foi aberta na campanha de reeleição do presidente Lula. Na época, o ministro Antonio Palocci (PT) - que não era mais ministro - fez esse contato e uma parte do pagamento dessa campanha foi feita através da Odebrecht", afirmou Santana.
Mônica Moura, mulher de Santana e responsável pela parte financeira da empresa dos dois, a Pólis Propaganda, não detalhou quanto foi pago em caixa-2 em todos os casos, mas disse que "em todas as campanhas sempre trabalhamos com caixa-2".
Segundo ela, foram pagos cerca de R$ 10 milhões em conta no exterior pela campanha presidencial de Dilma em 2011 e também outros valores em dinheiro. "Não acredito que exista um marqueteiro no Brasil fazendo campanha com caixa-1. Todos (usam) com caixa-2, exigência dos partidos."
A Odebrecht, de acordo com Mônica, também fez pagamento de R$ 18 milhões em 2008 para as campanhas de Marta Suplicy (ex-PT, hoje PMDB) à prefeitura de São Paulo e Gleisi Hoffmann (PT) à prefeitura de Curitiba.
Na campanha de 2012, Santana e Mônica disseram ter recebido dinheiro da empreiteira pelas campanhas a prefeito de Fernando Haddad (PT) em São Paulo e Patrus Ananias (PT) em Belo Horizonte.
"Posso lhe dizer com segurança que todos eles (os candidatos) sabiam dos valores exatos e de quanto estavam nos pagando e de quanto era o pagamento", afirmou Mônica Moura. Segundo ela, o ex-ministro Palocci era quem negociava no PT os recursos não contabilizados entre 2006 e 2012. Depois, assumiu o posto o ex-tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto. O PT teme que Palocci faça um acordo de delação premiada - o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu ontem mantê-lo preso.
A Pólis ainda recebeu dinheiro em caixa-2 da Odebrecht em campanhas no exterior, segundo os dois. Uma delas é a do ex-presidente de El Salvador, Mauricio Funes, em 2009. A campanha, segundo ambos, foi feita a pedido de Lula para que um candidato de esquerda ganhasse no país e o PT assegurou que os custos seriam pagos pela Odebrecht. Eles ainda disseram que a empreiteira pagou caixa-2 na campanha de Hugo Chávez, na Venezuela, em 2012.
O advogado de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, afirmou que "trata-se de informação que não é verdadeira". Gleisi Hoffmann disse que todos valores recebidos por ela constam das prestações de contas aprovadas pelo TRE.
Patrus Ananias afirmou que "a arrecadação e a gestão financeira da campanha de 2012 estiveram sob inteira responsabilidade das instâncias partidárias".
Procurada pela reportagem, a ex-presidente Dilma afirmou que não irá comentar. Os demais mencionados por Mônica Moura não responderam à reportagem até o fechamento desta edição.
João Santana e Mônica Moura fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Eles foram presos em fevereiro de 2016, na 23ª fase da Operação Lava Jato, suspeitos de receber da Odebrecht e do lobista Zwi Skornicki dinheiro desviado da Petrobras. Apesar de a defesa de ambos ter solicitado que o depoimento a Moro ficasse sob sigilo, o juiz decidiu que eles deveriam se tornar públicos.
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