Com suas principais atividades canceladas para este ano - definição de novas demandas no orçamento em assembleias regionais e temáticas -, o
Orçamento Participativo (OP) de Porto Alegre pode virar tema de uma frente parlamentar na Câmara Municipal. O requerimento é do vereador Adeli Sell (PT) e precisa ser aprovado em votação para a definição dos membros e o início do trabalho.
Em março, o Conselho do Orçamento Participativo (COP) decidiu que neste ano não serão registradas novas demandas, e a prefeitura orientou que as regiões e temáticas definam, entre as demandas pendentes de anos anteriores, quais são prioritárias para receber atendimento.
O principal ponto que deverá ser levantado nos debates da frente é a definição de um novo formato do OP. "Há um processo de esgotamento, de demora e de muitas demandas não atendidas", aponta o vereador. "As lideranças (comunitárias) não se importariam que neste ano não houvesse novas demandas, desde que haja o realinhamento das não atendidas", completa o parlamentar.
Contudo pessoas ligadas ao movimento comunitário enxergam com preocupação a ausência de assembleias neste ano. Para Adeli, a relação governista com as lideranças comunitárias pode interferir nos rumos do OP. "Como estão vinculadas a partidos políticos, muitos da base, estes pressionam para que haja alinhamento com a prefeitura", avalia.
O vereador explica que pretende, com a frente parlamentar, realizar reuniões abertas nas regiões do Orçamento Participativo com lideranças, conselheiros e delegados. Ele também espera contar com a participação da prefeitura para a definição de um novo modelo de atuação, que se daria "de maneira horizontal". "A prefeitura pode ter a maioria no COP, mas há descontentamento não só nos últimos dias, mas de alguns anos", conclui.