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Síria

- Publicada em 09 de Abril de 2017 às 16:50

Rússia e Irã reforçam apoio à Assad após ação dos EUA

A Rússia e o Irã renovaram seu apoio ao governo sírio por meio de conversas telefônicas ontem, dizendo que os ataques com mísseis promovidos pelos Estados Unidos na semana passada violaram a soberania síria, mas ao mesmo tempo não fortaleceram os chamados "grupos terroristas" no país.
A Rússia e o Irã renovaram seu apoio ao governo sírio por meio de conversas telefônicas ontem, dizendo que os ataques com mísseis promovidos pelos Estados Unidos na semana passada violaram a soberania síria, mas ao mesmo tempo não fortaleceram os chamados "grupos terroristas" no país.
Em conversa com o presidente sírio, Bashar Al-Assad, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, classificou o ataque norte-americano como uma "violação flagrante" da soberania síria, informou a mídia local. Assad acusou os Estados Unidos de tentarem aumentar o moral dos "grupos terroristas" na Síria. O governo se refere a todos os que lutam contra ela como terroristas.
Uma declaração da mídia militar do Hezbollah condenou o ataque em uma linguagem muito mais forte, dizendo que tinha "passado dos limites" e prometendo "responder com força" a qualquer agressão futura "de diversas maneiras". O grupo militante libanês investiu milhares de combatentes na defesa do governo de Assad. A declaração foi feita em nome de uma "sala de operações compartilhadas", até então desconhecida, entre a Rússia, o Irã e as forças aliadas. Representantes russos e iranianos não comentaram a declaração.
O Kremlin disse em um comunicado que Rouhani também conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, por telefone. "Ambos os lados notaram a inadmissibilidade de ações agressivas dos EUA contra um Estado soberano, em violação ao direito internacional", disse o comunicado. "Vladimir Putin e Hasan Rouhani falaram a favor de uma investigação objetiva e imparcial de todas as circunstâncias do incidente com armas químicas no dia 4 de abril na província síria de Idlib."
Rouhani destacou que o ataque norte-americano não afetaria a política síria do Irã, enquanto o líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, disse que o Irã não se intimidaria diante de agressões semelhantes. "O que os americanos fizeram foi um erro estratégico e uma ofensa. Eles estão repetindo a ofensa de seus predecessores", disse Khamenei, segundo a agência oficial de notícias Irna.
O Irã proporcionou assistência militar e econômica crucial a Assad durante toda a guerra civil de seis anos na Síria. Organizou milícias xiitas de todo o Oriente Médio para lutar em apoio ao governo local e enviou tropas e oficiais de sua própria Guarda Revolucionária.
A Casa Branca afirma que a decisão de agir foi uma resposta a um ataque químico na cidade de Khan Sheikhoun, dominada pelos rebeldes, na semana passada. O governo sírio negou o uso de armas químicas.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, negou em uma entrevista que os ataques sinalizavam uma revisão da política americana, afirmando que sua prioridade era derrotar os militantes islâmicos no Oriente Médio. Foi a primeira vez que as forças norte-americanas atacaram uma instalação do governo sírio durante a guerra. Tillerson se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, em Moscou ainda esta semana. Moscou tem sido um aliado firme do governo sírio e tem defendido Assad de responsabilidade pelo uso de armas químicas.

Meta é derrotar Estado Islâmico, não expulsar Assad, dizem Estados Unidos

O governo Trump afirmou ontem que o seu foco na Síria é a derrota do Estado Islâmico, não a retirada do presidente Bashar Al-Assad do poder. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e o conselheiro de Segurança Nacional H.R. McMaster, em entrevistas separadas, disseram que a decisão da administração na semana passada de atacar uma base do regime de Assad não é um sinal de que os EUA estão agora concentrados em derrubar o líder sírio.
"Nossa prioridade é, primeiro, a derrota do Estado Islâmico", disse Tillerson em entrevista a George Stephanopoulos na rede de televisão ABC. "Uma vez que consigamos eliminar a batalha contra o Estado Islâmico, concluir isso - e está indo muito bem - então esperamos voltar nossa atenção para acordos de cessar-fogo entre o regime e as forças da oposição."
Questionamentos sobre a política dos Estados Unidos surgiram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou ataques aéreos contra uma base aérea do regime no Noroeste da Síria que se julgava ser o local de onde partiram pilotos que realizaram um ataque com armas químicas que matou pelo menos 85 pessoas, incluindo 27 crianças.
Até a semana passada, Trump e a administração haviam falado de Assad como um parceiro potencial na luta contra o Estado Islâmico. Isso mudou com o uso de armas químicas.
Embora os militares norte-americanos tenham dito não ter evidência de que a Rússia estava envolvida no ataque, Nikki disse que ou Moscou sabia ou é ignorante do que seu aliado está fazendo. "A Rússia tem que nos dizer qual dessas opções é a correta. Ou eles sabiam que havia armas químicas e sabiam que haveria uso de armas químicas e simplesmente esconderam da comunidade internacional, ou eles estão sendo feitos de tolos por Assad com relação a armas químicas e estão apenas no escuro e não sabem nada sobre isso", afirmou.