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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

- Publicada em 25 de Maio de 2017 às 15:01

Fartura no campo se reflete nas fábricas de máquinas agrícolas

Setor estima crescer 15% ao longo de 2017

Setor estima crescer 15% ao longo de 2017


JOHN DEERE/DIVULGAÇÃO/JC
A previsão de uma safra recorde de grãos - que pode chegar a 219 milhões de toneladas neste ano, 33 milhões a mais do que em 2016 - motiva os investimentos no campo e reflete diretamente no setor de máquinas agrícolas. Na contramão do resultado de outros setores da indústria de transformação, o setor deve crescer 15% este ano. O balanço do primeiro trimestre do ano divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra que as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias registraram expansão de 41,1% quando comparadas às 9,8 mil unidades deste ano com as 6,9 mil de 2016.
A previsão de uma safra recorde de grãos - que pode chegar a 219 milhões de toneladas neste ano, 33 milhões a mais do que em 2016 - motiva os investimentos no campo e reflete diretamente no setor de máquinas agrícolas. Na contramão do resultado de outros setores da indústria de transformação, o setor deve crescer 15% este ano. O balanço do primeiro trimestre do ano divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostra que as vendas de máquinas agrícolas e rodoviárias registraram expansão de 41,1% quando comparadas às 9,8 mil unidades deste ano com as 6,9 mil de 2016.
O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos, diz que 2015 já foi um ano de recuperação e que em 2016 o faturamento dos cerca de 360 associados da entidade registrou aumento de 12%.
"O primeiro semestre do ano passado foi muito ruim em função da instabilidade política, mas na segunda metade do ano tivemos uma boa retomada e fechamos com saldo positivo", diz ele.
As exportações também começaram bem em 2017, com crescimento de 40,7% entre janeiro e fevereiro. As máquinas fabricadas no Brasil são exportadas principalmente para os países da América Latina e da África. "No Brasil temos todos aos players mundiais e a melhor tecnologia do mundo. As máquinas brasileiras não devem nada às fabricadas lá fora. Nosso setor é forte em função do tamanho da agricultura brasileira", afirma Bastos. Para o presidente da entidade, João Carlos Marchesan, o crescimento do setor é resultado da pujança do agronegócio brasileiro e de sua capacidade de exportação de soja, milho e de toda a cadeia de proteína animal. Conforme ele, os produtores estão cientes da importância da troca do maquinário para modelos mais modernos e eficientes - o que, em um efeito cascata, resulta em uma boa colheita, aumento da demanda e mais recursos para investir em novos equipamentos.
O presidente do Sindicato das Indústrias e Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier, atribui o resultado positivo à supersafra e à capitalização do setor, que está animado. No entanto, o dirigente está preocupado com a intenção do governo de atrelar os financiamentos ao Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). "Nosso agricultor já sofreu muito com taxa de juros variável. Ele é muito arredio a esse sistema de financiamento. Então, estamos pedindo ao governo que reveja essa posição porque vai ser muito ruim para todo o setor. Não podemos ser penalizados por sermos competentes. Hoje temos áreas onde produzimos soja mais que os Estados Unidos", afirma.
Bier diz ainda que o sindicato está retomando o programa Mais Alimentos que é uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que financia investimentos para a modernização da propriedade rural familiar. A linha permite ao agricultor familiar investir em modernização e aquisição de máquinas e de novos equipamentos, correção e recuperação de solos, resfriadores de leite, melhoria genética, irrigação, implantação de pomares e estufas e armazenagem.

Com cinco plantas industriais no País, John Deere considera o Brasil um mercado estratégico

Líder mundial na produção de equipamentos agrícolas e florestais e uma das maiores fornecedoras de produtos e serviços para construção e equipamentos para gramados, a John Deere tem cinco fábricas do Brasil, sendo duas no Rio Grande do Sul: de colheitadeiras e plantadeiras, em Horizontina, e de tratores, em Montenegro. Nos últimos quatro anos, os investimentos em novas fábricas, ampliação da capacidade produtiva e fortalecimento da área de logística giraram em torno dos US$ 310 milhões.
Apesar do momento conturbado por qual passa o País, a empresa garante que seguirá investindo no mercado interno. "O Brasil é muito importante para a empresa. Seguiremos investindo na modernização das fábricas", afirma o diretor de Assuntos Corporativos da John Deere para América Latina, Alfredo Miguel. Em março, a John Deere abriu em Campinas (SP) um Centro de Agricultura de Precisão e Inovação.
O diretor diz que a crise impactou nos negócios em 2016, mas que em dezembro já foi possível perceber uma melhora. O ano de 2017 seguiu a mesma tendência. As vendas de fevereiro, se comparadas com o mesmo mês do ano anterior, tiveram aumento de 25,2%. "Os nossos clientes são incentivados, ou não, a partir da situação econômica do País. O produtor não quer ter surpresas durante o Plano Safra", comenta Miguel, ressaltando a importância de o governo federal anunciar um plano claro, com valor real de recursos e as taxas de juros que serão aplicadas. "Esperamos um Plano Safra 2017/2018 muito melhor, pois o produtor está bem preparado", garante.
A John Deere exporta para aproximadamente 50 países, incluindo 22 nações da Comunidade Europeia. Américas do Sul e Central, além da África, estão entre as regiões mais significativas para os negócios da John Deere Brasil. A Argentina é o maior mercado em colheitadeiras, respondendo por cerca de 40% das exportações e deve ter um bom resultado em 2017, segundo o diretor da empresa. Em tratores, o maior mercado é o Paraguai, que representa 40% das exportações. No segmento de plantadeiras, apenas 10,2% são exportados, sendo Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia e África os principais destinos. No segmento de tratores, um total de 7% da produção é exportado.

Yara ampliará a produção com um investimento bilionário no Complexo de Rio Grande

Com investimento de R$ 1,3 bilhão até 2020, o Complexo de Rio Grande da Yara Brasil aumentará a produção anual de fertilizantes de 750 mil para 1,3 milhão de toneladas e a capacidade de distribuição de 1,7 milhão para 2,6 milhões de toneladas. A proposta é transformar o espaço no maior e mais moderno parque de produção e mistura da América Latina. O projeto é dividido em três fases e, ao fim da primeira, em junho de 2018, o polo irá contar com novas linhas de mistura e granulação, linhas de ensaque 100% automatizadas, além de um acréscimo de armazéns de fertilizantes e matérias-primas de e uma área logística para carregamentos e distribuição.
A segunda etapa de obras será finalizada em 2019, com a construção de mais um armazém, linhas misturadoras e de ensaque, além da unidade de acidulação. Já a terceira e última fase, com finalização em 2020, contemplará a automatização da unidade 3. O complexo também terá novos equipamentos utilitários para o processo industrial, uma área remodelada de descanso para os caminhoneiros, uma caldeira para produção de vapor e uma planta de tratamento de águas residuais.
Segundo o vice-presidente de Produção da Yara Brasil, Leonardo Silva, a empresa já havia realizado aportes no complexo, que incluíram a instalação de um novo sistema de esteiras, aumentando as interligações do armazém com o píer. Também comprou maquinário, reformou o píer, modernizou a galeria e fez melhorias ambientais, em um total de R$ 225 milhões investidos.