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Conjuntura

- Publicada em 19 de Abril de 2017 às 18:42

FMI condiciona superávit em 2020 a reformas e teto

Para este ano, déficit previsto é de 2,3% do PIB, contra 2,5% em 2016

Para este ano, déficit previsto é de 2,3% do PIB, contra 2,5% em 2016


/MANDEL NGAN/AFP/JC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma, em novo relatório, que a aprovação da PEC que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos e a possível concretização de reformas, como a da Previdência, devem ajudar a reduzir o déficit primário do Brasil nos próximos anos. A previsão, no entanto, é que o País só volte a ter superávit primário em 2020, quando alcançará um resultado positivo relativo a 0,7% do PIB.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma, em novo relatório, que a aprovação da PEC que limita os gastos públicos nos próximos 20 anos e a possível concretização de reformas, como a da Previdência, devem ajudar a reduzir o déficit primário do Brasil nos próximos anos. A previsão, no entanto, é que o País só volte a ter superávit primário em 2020, quando alcançará um resultado positivo relativo a 0,7% do PIB.
Neste ano, o déficit previsto é de 2,3% do PIB (contra 2,5% em 2016). A redução gradual passará por déficits de 1,1% do PIB em 2018 e 0,2% em 2019. Para 2022, a previsão é de superávit de 1,6% do PIB. "A emenda constitucional adotada no fim de 2016, que estabelece um teto para os gastos federais em termos reais para as próximas duas décadas, deve ser complementada por uma reforma de seguridade social, que as autoridades apresentaram ao Congresso e planejam adotar neste ano", diz o documento Monitor Fiscal. "No médio prazo, o congelamento de gastos em termos reais vai ajudar a reduzir o déficit em um ritmo relativamente rápido, apesar de que a dívida pública deve continuar a subir por muitos anos."
O relatório prevê que a dívida bruta seguirá crescendo todos os anos até 2022, quando atingirá 87,8% do PIB. Em 2017, ela chegará a 81,2% - aumento menos expressivo que nos dois últimos anos, mas mesmo assim, um índice superior ao de 2016, de 78,3% do PIB.

BIS divulga impacto da Operação Lava Jato no sistema financeiro

O Comitê de Estabilidade Financeiro (FSB, na sigla em inglês) do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) divulgou um relatório especial apenas sobre o sistema financeiro no Brasil e deu amplo espaço para o possível impacto da Operação Lava Jato sobre os bancos e demais instituições do setor no País. Esta parte do trabalho, apresentada em um dos anexos do documento, praticamente reproduz o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) publicado pelo Banco Central (BC) em outubro de 2015.
No início, o documento explica o funcionamento da investigação feita pela Polícia Federal que foi a público pela primeira vez em março de 2014. Basicamente, a operação aborda lavagem de dinheiro e denúncias de corrupção na Petrobras. "O BC avaliou a resiliência do sistema financeiro aos possíveis impactos de inadimplência das principais empresas de engenharia, empreiteiros e grupos econômicos", explicou o documento. O FSB enfatizou que a autoridade monetária brasileira foi capaz de estimar o grau de dependência de cada empresa em relação a cada uma das outras empresas.
O exercício incluiu uma série de cenários com suposições conservadoras, e a possibilidade de as empresas se tornarem insolventes. Além disso, simulou as perdas em caso de inadimplência, excluindo garantias, seguros e outras formas de mitigação de perdas. A economia real foi também abordada no trabalho do BC, de acordo com o FSB. "A análise mostrou que, apesar destas perdas estimadas, o impacto sobre o capital dos bancos foi moderado e é facilmente absorvido pelos níveis de capital regulatório existentes."
No limite, o BC calculou que um calote generalizado das empresas envolvidas pela Lava Jato teria um impacto de R$ 3,4 bilhões no sistema financeiro. "Mesmo aumentando a suposição base para todas as empresas, seus respectivos grupos, conexões de rede e funcionários, o Sistema Financeiro Nacional (SFN) continua a ter alta resistência, sem a verificação de uma instituição insolvente e uma necessidade de capital de R$ 3,4 bilhões", detalhou o documento do Banco Central, reproduzido agora pelo FSB.