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Política Monetária

- Publicada em 18 de Abril de 2017 às 18:54

Chefe do Banco Central não comenta sobre meta de inflação

Goldfajn ressaltou que teto para 2019 dependerá do cenário do País

Goldfajn ressaltou que teto para 2019 dependerá do cenário do País


/José Cruz/ABR/JC
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, evitou falar sobre redução da meta de inflação após fazer palestra em evento do Itaú ontem, em São Paulo. Questionado pelo economista-chefe do banco, Mário Mesquita, sobre qual deveria ser a meta ideal para o Brasil e se este é o momento para alterar a meta, o dirigente se limitou a dizer que haverá uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho que vai avaliar o cenário e decidir sobre a meta de 2019.
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, evitou falar sobre redução da meta de inflação após fazer palestra em evento do Itaú ontem, em São Paulo. Questionado pelo economista-chefe do banco, Mário Mesquita, sobre qual deveria ser a meta ideal para o Brasil e se este é o momento para alterar a meta, o dirigente se limitou a dizer que haverá uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em junho que vai avaliar o cenário e decidir sobre a meta de 2019.
"Vamos avaliar a expectativa de inflação, a situação, e o CMN vai tomar sua decisão no momento adequado", afirmou o presidente do BC.
Goldfajn disse que comentou sobre o tema em evento há cerca de dois meses e foi mal interpretado. Na ocasião, segundo ele, falou de uma meta de inflação menor no Brasil para o longo prazo, mas as manchetes dos jornais falaram que ele defendia a redução da meta para já.
Ainda na parte de perguntas e respostas do evento, Goldfajn defendeu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP), lançada recentemente pelo governo. O presidente do BC disse que o instrumento melhora a potência da política monetária e estimula o financiamento de longo prazo na economia.
Outra questão enviada pela plateia ao presidente do BC foi sobre a continuidade do cenário chamado por ele de "interregno benigno" na economia mundial, caracterizado por juros muitos baixos nas principais economias do planeta. O dirigente disse que este quadro prossegue, mas que o ambiente mudou um pouco, na medida em que as taxas de juros estão subindo nos Estados Unidos e devem ser elevadas em outros países desenvolvidos.
Goldfajn ressaltou o fato de a taxa de juro real estar atualmente entre 4,5% e 5,5%, o que é, na avaliação dele, um intervalo baixo para os patamares históricos. Segundo o banqueiro central, décadas atrás, a taxa de juro real brasileira era de 20%. "Melhoramos a economia, fizemos reformas, e o juro caiu de 20% para 10%", disse.
Conforme o presidente do BC, o juro real médio nos últimos anos foi de 5%, tirando o período de elevada euforia em que a taxa de juro descontada a inflação chegou a 2%. "Juro real de 4,6% é baixo considerando o nosso histórico. Só que podemos fazer mais", ressaltou. Na avaliação dele, o juro real da economia ainda está em processo de convergência e dependerá de avanços na redução da taxa estrutural. "Juros da economia dependem de eficiência, produtividade, reformas, eficiência da política fiscal e políticas econômicas", disse o presidente do BC.
 

Copom sinaliza que juros podem cair para 8,5% ao ano

A evolução da conjuntura econômica brasileira já permite uma maior intensificação do ritmo de flexibilização monetária - ou seja, um maior corte de juros. A afirmação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, em Brasília, pelo Banco Central. Na semana passada, o juro foi cortado em 1 ponto percentual, caindo para 11,25% ao ano.
Segundo a ata, o cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus supõe, entre outras hipóteses, taxas de câmbio de R$ 3,23 e R$ 3,37 ao final de 2017 e 2018, respectivamente, e taxas de juros de 8,5% ao ano ao final dos dois anos.
Membros do comitê argumentaram, entretanto, que, dado o caráter prospectivo da condução da política monetária e a continuidade das incertezas e dos fatores de risco que ainda pairam sobre a economia, a decisão foi pela manutenção do ritmo observado na reunião - redução de 1 ponto percentual.
"O Copom ressalta que o ritmo de flexibilização monetária dependerá da extensão do ciclo pretendido e do grau de sua antecipação, que, por sua vez, dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de risco mencionados acima e das projeções e expectativas de inflação", diz a ata.
No parágrafo 24 do documento, os diretores do BC defendem que a aprovação e implementação de ajustes e reformas, especialmente a fiscal, "são fundamentais para a sustentabilidade da desinflação, para o funcionamento pleno da política monetária e para a redução da taxa de juros estrutural da economia". Esse cenário traria "amplos benefícios para a sociedade", cita o documento.
Com essa percepção, os membros do Copom destacaram, mais uma vez, a importância de outras reformas e investimentos em infraestrutura. Esse quadro aumentaria a produtividade da economia, traria ganhos de eficiência, maior flexibilidade da economia e melhoria do ambiente de negócios. "Esses esforços são fundamentais para a estabilização e a retomada da atividade econômica e da trajetória de desenvolvimento da economia brasileira."