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Conjuntura

- Publicada em 17 de Abril de 2017 às 19:25

IBC-Br sinaliza alta do Produto Interno Bruto

Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) influenciou sondagem de fevereiro

Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) influenciou sondagem de fevereiro


/Fredy Vieira/JC
O forte avanço do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro, de 1,31% ante janeiro, e a própria revisão na margem do mês anterior, para alta de 0,62%, de -0,26%, ambas com ajuste sazonal, sugerem que a economia deve crescer em ritmo mais intenso do que o anteriormente previsto pelo mercado no primeiro trimestre do ano. Essa é a avaliação dos economistas consultados sobre o indicador do BC que serve de referência para o Produto Interno Bruto (PIB).
O forte avanço do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro, de 1,31% ante janeiro, e a própria revisão na margem do mês anterior, para alta de 0,62%, de -0,26%, ambas com ajuste sazonal, sugerem que a economia deve crescer em ritmo mais intenso do que o anteriormente previsto pelo mercado no primeiro trimestre do ano. Essa é a avaliação dos economistas consultados sobre o indicador do BC que serve de referência para o Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo os especialistas, os dados apresentados nesta segunda-feira sugerem cuidado, contudo. Isso porque essa posição mais otimista em relação ao desempenho da atividade nos primeiros três meses de 2017 deve-se, principalmente, às revisões acentuadas para cima na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de janeiro, que também influenciaram as sondagens de fevereiro, gerando surpresa generalizada no mercado.
As revisões dos dados aconteceram devido à mudança metodológica nas duas sondagens realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que incluem aumento na amostra de empresas participantes, alteração no ano-base das pesquisas para 2014 e a adoção de novas ponderações para as empresas.
"Os números estão surpreendendo. Devemos ter um primeiro trimestre muito melhor que o previsto. Muito desse desempenho tem a ver com as revisões nas pesquisas de varejo e de serviços do IBGE", explica o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, que estima 0,2% para o PIB do período, mas adianta que o número será alterado para cima.
A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, também acredita que os dados do IBC-Br de fevereiro reforçam a percepção de que o País sairá da recessão técnica no primeiro trimestre do ano, com crescimento de ao menos 0,2%, tendo a possibilidade de ter alta em torno de 0,50%, antecipa ela. "O dado do IBC-Br de fevereiro veio muito bom, até melhor do que a PMC e a PMS tinham apontado, o que sinaliza que devemos ter um bom primeiro trimestre."
Thaís lembra que, além do desempenho melhor visto no comércio após a revisão metodológica da pesquisa, a safra agrícola recorde deve sustentar o avanço previsto para o PIB entre janeiro e março, e que esse crescimento é condizente com a expectativa de recuperação lenta e gradual da economia. "Não veremos crescimento 'meteórico' ao longo do ano, mas vamos gradualmente para o terreno positivo", diz ela.
O Banco Safra, após os dados divulgados nesta segunda-feira, calcula que a herança estatística para o PIB do primeiro trimestre é positiva em 1,5% e que sua estimativa é de crescimento de 0,5% no período e de 0,2% no ano.
O Haitong Banco de Investimento do Brasil e a Tendências Consultoria Integrada mostram mais cautela mesmo após os números melhores de janeiro e fevereiro do IBC-Br derivados da mudança na metodologia do IBGE.
Para o economista-sênior do Haitong, Flávio Serrano, o avanço do indicador é pontual e não indica tendência de recuperação da atividade, que deve se acomodar daqui para frente. Nos seus cálculos, o PIB deve encerrar os primeiros três meses do ano com ligeira alta de 0,1% e, o ano, em estabilidade.
"O consumo e os serviços pararam de cair, mas continuam andando de lado. Esse aumento de 1,31% não reflete uma reversão de cenário", completa o economista da Tendências Bruno Levy.
Camargo Rosa, da SulAmérica, também pondera que a melhora verificada no IBC-Br está mais relacionada a questões estatísticas do que a um cenário de retomada consistente da economia. "O desemprego ainda está elevado, há restrição para crédito, e o endividamento está alto. Talvez em março, possamos ver algo um pouco diferente por causa do efeito do uso do FGTS, que pode dar um alento para reduzir as dívidas e até mesmo elevar um pouco o consumo", avalia.
O analista da Tendências reforça que os fundamentos não mudaram e que o BC tem conhecimento, então deve continuar cuidadoso com o desempenho da atividade sem alterar a trajetória de sua política monetária.
 

Pesquisa Focus reduz perspectiva de crescimento econômico e sinaliza queda da inflação

O mercado financeiro reduziu, pela segunda semana consecutiva, a previsão para o crescimento da economia neste ano. De acordo com a pesquisa Focus divulgada na manhã desta segunda-feira, pelo Banco Central (BC), a mediana das expectativas para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 caiu de 0,41% para 0,40%. Há um mês, a perspectiva era de avanço de 0,48%. Para 2018, a estimativa para o crescimento da economia permaneceu em 2,50% pela quarta semana seguida.
O mercado reduziu também, pela sexta semana consecutiva, a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2017. A pesquisa mostra que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação - em 2017 caiu de 4,09% para 4,06%. Há um mês, a previsão estava em 4,15%.
Ao contrário da piora da previsão para o conjunto de toda a economia, as projeções para a produção industrial para 2017 subiram de 1,2% para 1,26%. Há um mês, estava em 1,22%. Para 2018, a estimativa de crescimento do indicador também subiu de 2,19% para 2,28%. Quatro semanas antes, essa previsão era de 2,1%.
Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 caiu de 51,50% para 51,40%. Há um mês, estava em 51,65%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus recuaram de 55% para 54,85%, ante o patamar de 55% observado quatro semanas antes.