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Consumo

- Publicada em 06 de Abril de 2017 às 17:16

Chocolates especiais engordam receita do setor

As fábricas de chocolate nunca tiveram que diversificar e trabalhar tão intensivamente em novas opções de artigos para satisfazer o consumidor. Mais especificamente no que se refere aos especiais, já que um expressivo volume da elaboração está concentrado nestes produtos, voltados para uma parcela da população que abrange veganos, diabéticos, celíacos e alérgicos à proteína do leite.
As fábricas de chocolate nunca tiveram que diversificar e trabalhar tão intensivamente em novas opções de artigos para satisfazer o consumidor. Mais especificamente no que se refere aos especiais, já que um expressivo volume da elaboração está concentrado nestes produtos, voltados para uma parcela da população que abrange veganos, diabéticos, celíacos e alérgicos à proteína do leite.
E é com a chegada da Páscoa, a data que mais demanda produtos à base de cacau, sobretudo na forma de ovos de chocolate, que o mercado fica mais aquecido. Mas como o problema de alguns geralmente resulta em oportunidade para outros, é com o foco no crescimento da procura que as empresas do setor incrementam as vendas neste nicho chegando, inclusive, ao mercado externo.
Opções temáticas, ovos dietéticos e placas de chocolate sem lactose da linha Vita, da Caracol Chocolates, garantem o sabor da Páscoa para o público com restrições alimentares e contribuem para incrementar em 7% o volume de vendas e aumentar em até 8% o faturamento neste período.
"Chocolate na Páscoa é unanimidade, além disso, o consumo é benéfico para a saúde, como já foi comprovado. Com os itens especiais complementados pela linha Vita, proporcionamos acesso irrestrito aos nossos produtos, seja qual for o desejo ou cuidado com a saúde que o cliente esteja buscando", explica o diretor da Caracol, Julinho Cavichioni. Lançada em 2013, a Vita contempla tabletes com chocolate 85% cacau, com princípios ativos, sem açúcares, 0% glúten e lactose.
A Divine Chocolates, empresa fundada há cinco anos em Encantado, trabalha desde o início com itens sem glúten, lactose e açúcar, a linha zero. Essa preocupação com a saúde só vem impulsionando os negócios, já que proporcionou, este ano, um ajuste de 40% nas vendas dos especiais, incluindo o envio do artigo para outros países. "Este tipo de mercadoria abre portas e estamos aumentando cada vez mais esta linha zero que representa, atualmente, 7% do faturamento anual da empresa", afirma a diretora da Divine, Fabiana Turatti.
No total da produção de chocolates, a fábrica cresceu 25%, em 2017, sobre a Páscoa do ano passado. "Hoje há barras e ovos na linha zero, mas como a procura só tende a expandir mais a cada ano, a Divine comemora as vendas fazendo novos testes para a ampliação da linha", completa Fabiana.
Como as restrições não acometem apenas o público adulto, as crianças ganham atenção especial. Na Chocolate Lugano são oferecidas guloseimas com figurinhas infantis, plaquinhas escritas a mão, drágeas e barrinhas de 40 gramas. Para a maior festa do chocolate, os pequenos encontram coelhinhos e ovos, ambos diet e sem lactose. Tanta procura impulsionou um crescimento da criação da linha saúde em 40% neste ano, diante de 2016.
Apesar de a Florybal, indústria gramadense de chocolates, ter percebido que a procura do público por este segmento vem crescendo, a produção dessas especialidades permanece a mesma identificada nos últimos anos. A fábrica trabalha com 19 itens considerados especiais, a linha Bem-Estar, elaborada a base de matéria-prima com maior teor de cacau, extrato natural de soja e sem a adição de açúcares.
Ao longo dos anos foram sendo criadas mais tipos como barras de chocolate 70% com café verde, a linha soja e diet, além de opções de trufas diet. Essa parcela representa 10% do total das vendas.
O mesmo ocorre com a Chocolate Planalto que, apesar de atuar com o diet há muitos anos, oferecendo também ovos neste segmento, seguirá com o mesmo volume produzido em 2016, fatia que representa 5% do total de chocolates comercializados pela empresa.

Oferta leva em conta o mercado e a saúde do consumidor

Produtos específicos para quem tem intolerância ao glúten, por exemplo, ganham as prateleiras

Produtos específicos para quem tem intolerância ao glúten, por exemplo, ganham as prateleiras


/JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Apesar de os "modismos" da alimentação incentivarem a produção e o consumo de iguarias especiais, há casos em que a necessidade está relacionada à saúde e ao bem-estar, como pessoas intolerantes ao glúten, por exemplo, os chamados celíacos. Estimativas da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacebra) indicam que em cada grupo de 100 pessoas, uma seja afetada pela doença, caracterizada pela inflamação da mucosa do intestino delgado em razão da ingestão de glúten.
Como no Brasil não existe a obrigatoriedade de notificação da doença ao Ministério da Saúde, não há números exatos, mas de acordo com a vice-presidente da entidade, Ester Benatti, 6% da população mundial pode ter sensibilidade ao glúten e não ser celíaca, distúrbios concomitantes e que muitos confundem. O diagnóstico para a doença vem melhorando, mas como ainda é uma patologia que não tem tratamento, o mercado de produtos sem glúten cresce apoiado na necessidade desses portadores.