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Economia

- Publicada em 03 de Abril de 2017 às 22:38

Investimento do Cabify acirra competição entre apps no Brasil

Antonio cita problemas com transporte público e mobilidade no País

Antonio cita problemas com transporte público e mobilidade no País


DIVULGAÇÃO/JC
Na mesma proporção com que o Uber caiu no conceito dos brasileiros nos últimos meses, o Cabify conquista a simpatia dos usuários, com serviços, até o momento, de melhor qualidade. Essa posição será reforçada agora com o investimento de US$ 200 milhões que o aplicativo de carona anunciou que fará no Brasil ainda em 2017.
Na mesma proporção com que o Uber caiu no conceito dos brasileiros nos últimos meses, o Cabify conquista a simpatia dos usuários, com serviços, até o momento, de melhor qualidade. Essa posição será reforçada agora com o investimento de US$ 200 milhões que o aplicativo de carona anunciou que fará no Brasil ainda em 2017.
O valor, um dos maiores aplicados no País por uma empresa estrangeira nesse segmento, surpreendeu o mercado e deve acelerar a expansão do serviço espanhol no Brasil. "Nós vemos mais oportunidades no Brasil e na América Latina do que na Europa", diz o fundador e atual presidente executivo do Cabify, Juan de Antonio. "Aqui, existem graves problemas com transporte público e mobilidade. É um mercado natural para investirmos", complementa.
Hoje, o Cabify só funciona em sete cidades, incluindo Porto Alegre. O plano é chegar, até o final de 2017, a todas as capitais do País. Para isso, a empresa terá de expandir o número de funcionários pelo Brasil, que hoje é de 150 pessoas.
O valor também deve ser usado para abrir escritórios nas novas cidades, o que é necessário para treinar os motoristas e entregar a eles as garrafas de água oferecidas como cortesia. Os gastos da empresa também envolvem a estratégia para reter os motoristas. Para estimulá-los, a empresa paga R$ 600,00 em bônus para quem realizar 90 corridas em uma semana. "Quando expandirmos, queremos manter esse vínculo para não perdermos a qualidade", diz o diretor-geral do Cabify no Brasil, Daniel Bedoya. Do lado dos consumidores, a estratégia é dar descontos, que podem chegar a 70% nas corridas fora dos horários de pico.
Os US$ 200 milhões virão de uma nova rodada de investimentos série D, que será anunciada em breve - a empresa não revela quem são os participantes, mas sabe-se que a gigante do e-commerce japonesa Rakuten deve estar entre eles.
O valor total será superior ao revelado pelos executivos do Cabify. Outros países onde a empresa atua - México, Chile, Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru, Panamá, Equador, Portugal e Espanha - devem receber parcelas do aporte.
Com a nova rodada, o Cabify deve ganhar novo impulso contra as rivais. A empresa, que tem atraído brasileiros em busca de um serviço de carona alternativo ao Uber, só recebeu US$ 140 milhões em investimento até agora. Para efeito de comparação, o Uber já levantou mais de US$ 11,5 bilhões com investidores. A 99, outra empresa disputando o mercado, conseguiu, além de aportes anteriores não revelados, um investimento de US$ 100 milhões, liderado pela Didi, principal empresa de carona na China. Uber e 99 não revelam os investimentos já feitos ou planejados para o Brasil.
Investidores do ecossistema de startups se surpreendem com o valor de US$ 200 milhões, mas o consideram factível. "É um valor muito elevado para uma empresa como o Cabify, mas faz sentido se ele quer abocanhar todo o mercado brasileiro", diz o cofundador da aceleradora de startups Ace e investidor-anjo Mike Ajnsztajn.
Segundo o diretor executivo da consultoria Accenture, Guilherme Horn, o valor deve corresponder a um investimento de longo prazo. "Se a empresa planeja investir esse montante ao longo dos próximos três anos, por exemplo, não é um número tão absurdo assim", avalia.
O tamanho do mercado potencial de transporte por aplicativo justifica o investimento, na opinião do coordenador do centro de estudos em negócios do Insper, Paulo Furquim de Azevedo. "Se considerarmos que os aplicativos geram R$ 1,5 milhão por dia em São Paulo e que o Cabify tem uma fatia de 40% do setor, sabemos que eles podem recuperar o valor investido em cinco ou seis anos", diz.
Para o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) Alberto Luiz Albertin, o alto investimento vai beneficiar o mercado como um todo. "O segmento fica ainda mais competitivo globalmente, e a empresa reafirma a sua posição no Brasil", analisa.
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