Renegociação complicada

Enquanto a crise política se agrava, uma crise econômica aguda espreita os estados. O projeto de renegociação das dívidas estaduais, discutido nos corredores do Ministério da Fazenda depois que o presidente Michel Temer (PMDB) vetou parcialmente a proposta anterior, poderá, segundo alguns deputados, ferir de morte os orçamentos estaduais. O texto, em discussão na Câmara, ainda não foi pautado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por considerar que não há votos suficientes para aprová-lo.

As contrapartidas exigidas, entre elas a privatização de estatais, o aumento da alíquota da previdência social para os servidores em no mínimo 14% e a proibição de aumentos e contratações assusta os deputados. Parte da base governista conversa com a Fazenda, tentando abrandar a proposta destinada aos estados em situação difícil, como o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, mas sem sucesso. A ironia é que os governadores querem a proposta aprovada. Afinal, seria um pequeno alívio. O governador José Ivo Sartori (PMDB) vem a Brasília quase semanalmente acompanhar o andamento.

"O projeto interfere na autonomia do Estado, ferindo o pacto federativo. Portanto, falamos de um projeto flagrantemente inconstitucional. Todos sabemos das dificuldades do Rio Grande do Sul, mas esse remédio amargo imposto pelo governo federal pode matar o paciente e afetará muitas gerações", disse a deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT). Segundo ela, os gaúchos não têm noção das negociações feitas e se surpreenderão com o resultado.

O Ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra (PMDB), participou do Global Child Forum, nesta terça-feira, em São Paulo. O evento é promovido pelo rei da Suécia Carlos XVI Gustavo e pela rainha Silvia da Suécia e discute como líderes, empresas, governos e sociedade civil podem trabalhar e investir para garantir e promover os direitos das crianças.