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Opinião

- Publicada em 26 de Abril de 2017 às 21:53

No trânsito, informação demaisnão é um problema

Sair de um ponto e chegar a outro. Essa é uma das definições mais primitivas, porém realistas, do trânsito. Ao longo desse caminho, informações são geradas continuamente e o acesso a grande parte delas está ao alcance de qualquer pessoa. O curioso é que, mesmo acessíveis, elas parecem permanecer ignoradas pelos gestores urbanos. Ironicamente, talvez recaia justamente sobre elas a possibilidade de tornar o trânsito menos caótico.
Sair de um ponto e chegar a outro. Essa é uma das definições mais primitivas, porém realistas, do trânsito. Ao longo desse caminho, informações são geradas continuamente e o acesso a grande parte delas está ao alcance de qualquer pessoa. O curioso é que, mesmo acessíveis, elas parecem permanecer ignoradas pelos gestores urbanos. Ironicamente, talvez recaia justamente sobre elas a possibilidade de tornar o trânsito menos caótico.
Existem aplicativos que permitem a alteração de rotas, inclusive variando modais e horários preferenciais, e os que calculam os custos de determinado trajeto. Há ainda aqueles que fornecem um retrato abrangente das condições de trânsito em tempo real. Os recursos são tantos quanto a capacidade criativa permitir, e fazer uso de ao menos um deles é quase uma unanimidade na era da informação.
Quanto maior a adesão a redes colaborativas como essas, mais ricas, precisas e confiáveis são as informações compartilhadas. O resultado não poderia ser outro: deslocamentos mais eficientes. Entender a dinâmica desse ciclo concede aos aplicativos o posto de potenciais transformadores do trânsito, já que são capazes de alterar o comportamento do condutor. Se os benefícios de percorrer determinado trajeto de ônibus e deixar o carro para trás forem nítidos ao motorista, aumentam as chances da escolha dele ser essa. Isso nada mais é do que a mudança de hábito provocada pela disseminação de informação.
Por outro lado, na mesma medida em que podem promover a economia de tempo e dinheiro, esses aplicativos também podem ser um convite à negligência - e talvez seja esse o temor dos gestores de trânsito. O Waze, uma das mais conhecidas plataformas colaborativas de trânsito do mundo, disponibiliza trajetos mais rápidos, mas também permite que o motorista burle a fiscalização, se inclinado a este tipo de conduta. Tão arriscado quanto o uso inadequado do aplicativo, porém, é ignorar o poder que ele tem. Cabe aos gestores, portanto, conhecer e aproveitar essas tecnologias a seu favor, sem deixar de cumprir seu papel fiscalizatório.
Com acesso aos dados que alimentam as redes colaborativas desses aplicativos, o gestor pode tanto projetar o trânsito de maneira mais organizada, quanto prever ações que coíbam o motorista de escapar da fiscalização. É possível, por exemplo, estabelecer pontos estratégicos para as blitzes com base nas rotas utilizadas, justamente, para desviar da principal delas. A parceria com as empresas que desenvolvem aplicativos é uma solução ainda incipiente, apesar de extremamente frutífera nesse sentido.
Desenvolver e possibilitar alternativas vantajosas aos usuários e à própria organização da cidade, indo além da tecnologia em si, é outro caminho a ser percorrido para melhorar a mobilidade urbana. Incentivar a adoção da bicicleta para percorrer trajetos diários a partir do desconto no IPVA, por exemplo. Afinal, quem não quer encontrar alternativas viáveis, econômicas e que tragam praticidade ao trânsito e mais qualidade de vida?
Gerente de produtos da Perkons e membro da Comissão de Estudos de ITS da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

Embraer anuncia parceria com Uber para fazer 'carro voador'

Companhia brasileira quer expandir produção para além das aeronaves tradicionais

Companhia brasileira quer expandir produção para além das aeronaves tradicionais


YASUYOSHI CHIBA /YASUYOSHI CHIBA/AFP/JC
A Embraer vai entrar na corrida para desenvolver "carros voadores", como estão sendo chamados os pequenos veículos elétricos que decolam e aterrissam verticalmente e fazem deslocamentos urbanos curtos. O projeto, anunciado na semana passada, nos Estados Unidos, será feito em parceria com o aplicativo de transporte Uber. A meta é que os primeiros voos experimentais ocorram em 2020, com a operação comercial prevista para 2023. Entre as grandes fabricantes de aviões do mundo, a Airbus também trabalha em pesquisas na área.
A empresa brasileira pretende criar todo o projeto da aeronave, fabricá-la e ficar responsável pela manutenção, além do controle aéreo. O Uber ficará responsável pelo sistema que receberá os pedidos de deslocamento dos passageiros. "Eles têm a demanda. Esse é o ponto forte deles", afirmou o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva.
O modelo da aeronave ainda não foi definido. Enquanto algumas startups analisam construir veículos autônomos, com tecnologias semelhantes à empregada nos drones, a Embraer deve apostar em um sistema com piloto. "(O sistema) deverá funcionar com vários hubs (terminais de conexão) na cidade, de onde será possível decolar. O veículo será elétrico e com baixa emissão de ruído e de gases poluentes", destaca Silva.
De acordo com o executivo, as aeronaves elétricas, ou ao menos híbridas, são uma das tendências da aviação. Ele admite que a companhia precisa "entender melhor" a tecnologia. Por enquanto, o valor investido no projeto pela Embraer não é significativo - inicialmente, serão feitos apenas os desenhos da aeronave e definidos os requisitos delas, segundo o executivo.
Para Silva, o programa abre a perspectiva de um novo negócio para a Embraer, que tem como vantagem ante as startups o fato de poder fabricar aeronaves em série e o conhecimento no setor aéreo. O Uber anunciou a intenção de incluir aeronaves em seu serviço de transporte em outubro do ano passado.
Na época, a empresa estimou que, no longo prazo, uma viagem do gênero entre São Paulo e Campinas poderia custar US$ 24 (cerca de R$ 75,00), valor inferior ao cobrado pela empresa para realizar o mesmo deslocamento de carro. Batizado de Uber Elevate, o projeto, porém, deverá enfrentar entraves regulatórios e técnicos, como a duração da bateria das aeronaves.
Além da Embraer, a companhia americana fechou parceria com outras empresas - Aurora Flight Sciences (americana de drones e helicópteros), Pipistrel Aircraft (fabricante de aviões de pequeno porte da Eslovênia), Mooney (também de aviões) e Bell Helicopter (de helicópteros militares) - para desenvolver a nova modalidade do serviço. A brasileira, entretanto, é a de maior porte. O Uber também realiza testes de carros autônomos nos Estados Unidos. As pesquisas nesse segmento, no entanto, são feitas por engenheiros da própria empresa.
 

Empresas querem vender carros usados pela internet

Dados do varejo ampliado mostram melhora na venda de carros usados

Dados do varejo ampliado mostram melhora na venda de carros usados


JC/JC/Jornal do comércio
 Startups querem acabar com a peregrinação por várias lojas para negociar e vender carros usados. Para acelerar o processo, InstaCarro e Car$Sale apostam na realização de leilões virtuais com a participação de milhares de compradores. A InstaCarro foi aberta no fim de 2015 e promete vender carros usados em até uma hora e meia.
O serviço depende de que o consumidor vá a um dos sete espaços que a empresa tem em São Paulo. Lá, são feitas avaliações e fotos dos carros.
A seguir, a startup coloca as informações do veículo em plataforma virtual e inicia leilão, disputado por 1.500 lojas parceiras do serviço.
Após cerca de uma hora, o vendedor do carro fica sabendo qual foi o maior lance e decide se quer fechar negócio. Diego Fischer, cofundador da empresa, diz que são em média 15 lances por carro.
A startup tem entre seus investidores a russa CarPrice, que utiliza modelo semelhante de negócios. Em março, a empresa anunciou ter recebido uma injeção de capital adicional de R$ 33 milhões de fundos de investimento estrangeiros.
De acordo com Fischer, o leilão virtual diminui o risco de vendedores receberem propostas muito baixas. Isso porque eles dão resultado equivalente a fazer cotações em várias lojas.
Ele diz, no entanto, que a empresa não se propõe a obter preços semelhantes àqueles que compradores conseguiriam se vendessem diretamente seus carros para terceiros.
Já o Car4$ale pretende acelerar os negócios conectando via aplicativo quem quer vender um carro com os compradores em potencial.
Compradores podem dar lances para todos os carros cadastrados. O sistema busca gerar a melhor oferta possível notificando quem fez propostas em um carro sempre que ele recebe novo lance.
Com o serviço no ar desde setembro do ano passado, a companhia tem feito 200 vendas por mês e tem 140 mil cadastrados, afirma Daniel Corrêa, seu fundador. A empresa fica com comissão de 1% sobre as vendas.