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- Publicada em 26 de Abril de 2017 às 21:45

Chinesa que possui ações da Azul quer comprar a fatia da Odebrecht no Galeão

Negócio dependia da quitação de parte da dívida atrasada e de nova agenda para o pagamento da outorga

Negócio dependia da quitação de parte da dívida atrasada e de nova agenda para o pagamento da outorga


MARCOS ARCOVERDE/MARCOS ARCOVERDE/ESTAD/JC
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, confirmou, na semana passada, a venda da fatia da Odebrecht Transport no Galeão para o fundo chinês HNA. Segundo ele, a solução foi favorável tanto do ponto de vista financeiro quanto operacional.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, confirmou, na semana passada, a venda da fatia da Odebrecht Transport no Galeão para o fundo chinês HNA. Segundo ele, a solução foi favorável tanto do ponto de vista financeiro quanto operacional.
"Os chineses compraram a parte da Odebrecht, e com isso vamos ter a Changi (que também é sócia no consórcio Riogaleão) dando sequência aos procedimentos para transformar o Galeão em um grande aeroporto, respeitando o que está previsto no contrato", disse o ministro.
Ele mencionou que as questões burocráticas relativas à operação ainda estão em andamento. Mas antecipou que o concessionário já quitou a dívida atrasada com a União, referente às outorgas. Há duas semanas, os sócios do Riogaleão aprovaram um aumento de capital para quitar o pagamento da outorga de 2016, no valor de R$ 915 milhões, que estava atrasada. A medida era considerada um passo necessário para atrair o investimento da chinesa HNA.
Antes da confirmação de Moreira sobre a entrada de um novo sócio, a presidente do Bndes, Maria Silvia Bastos Marques, comentou que o financiamento de longo prazo para o aeroporto deveria acontecer se fossem cumpridas duas premissas: a entrada de um novo investidor e a reprogramação do pagamento de outorgas.
A operação não teria futuro sem a decisão do governo federal de autorizar a nova agenda para o pagamento da outorga. Segundo o acordo, a concessionária antecipará o pagamento das parcelas de 2017, 2018, 2019 e 2020, no valor total de R$ 4,5 bilhões, que começam a ser pagos em outubro.
A empresa não informou, porém, com que recursos pagará a antecipação. A concessionária pediu ao governo para negociar o "reperfilamento das outorgas", alegando dificuldades diante do cenário econômico do País. O acordo com o governo federal viabiliza a sustentabilidade definitiva da concessionária.
O grupo venceu a licitação para operar o Galeão em novembro de 2013, comprometendo-se a pagar R$ 19 bilhões pela outorga, um ágio de 239,9% sobre o preço mínimo. A operação de venda da fatia da Odebrecht, porém, ainda não está concretizada, de acordo com a assessoria de imprensa da empresa, que não quis falar em valores. Após a solução deste imbróglio, o governo se voltará para a preparação da nova rodada de concessões de aeroportos.
A HNA é uma operadora de aeroportos, com 13 terminais sob sua administração, mas também tem um braço de companhia aérea. Ela é a mesma que durante 2015 fechou um acordo com a Azul para a compra de uma fatia de 23,7% do capital da companhia aérea brasileira.
O conglomerado chinês também atua nas áreas de turismo, imóveis, finanças, logística e outros. A empresa tem grandes números, como um faturamento anual em torno de US$ 30 bilhões, mais de 410 mil funcionários e uma frota com mais de 1.250 aeronaves.

Novos aeroportos serão leiloados até 2018, só falta definição

Freitas (d) diz que concessões não podem ameaçar finanças da Infraero

Freitas (d) diz que concessões não podem ameaçar finanças da Infraero


Marcelo Camargo/MARCELO CAMARGO/ABR/JC
O governo federal irá leiloar mais aeroportos até o fim de 2018 no âmbito do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), dando continuidade à rodada de concessões, informou o secretário da coordenação de Projetos da Secretaria Especial do PPI, Tarcísio Gomes de Freitas.
"Está definida (a realização de novos leilões até 2018), só não sabemos ainda quais serão os aeroportos", disse Freitas, após participação em evento promovido pela Câmara Espanhola de Comércio, em São Paulo.
Segundo o executivo, o governo e o PPI ainda estudam quais aeroportos podem ser concedidos sem um comprometimento da estrutura financeira da Infraero. "Alguns aeroportos vão ter que continuar na carteira da Infraero para que ela não seja uma estatal dependente, e uma estatal dependente custa caro para o Estado", destacou.
Questionado a respeito do consórcio Riogaleão, Freitas destacou que a saída da Odebrecht do consórcio permitirá o rebalanceamento de forças dentro da SPE, uma vez que a Changi, que já faz parte do negócio, e a HNA, que está entrando, terão a mesma participação na empresa.
"Os 49% de participação da Infraero permanecem", afirmou. "Nos 51% da parte privada, a Odebrecht tinha 60% e a Changi, 40%. Agora, a HNA e a Changi terão 50% cada uma." O representante do PPI disse não ter detalhes quanto ao acerto financeiro entre as duas companhias estrangeiras.
O secretário de Fomento para Ações de Transportes do Ministério dos Transportes, Dino Antunes, afirmou que o consórcio Riogaleão paga hoje dívida de R$ 920 milhões com o Fundo Nacional de Aviação Civil, referente à parcela atrasada de 2016 da outorga pelo aeroporto. "Isso vai permitir a saída da Odebrecht do consórcio", afirmou Antunes.