O executivo Rogério Nora de Sá, ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, disse, na manhã de ontem, que o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) o chamou para uma reunião em seu próprio apartamento no Leblon, na zona Sul do Rio de Janeiro, para exigir propinas em contratos públicos.
De acordo com o executivo, Cabral teria dito que a empresa teria de firmar um "compromisso" com o governo, que Sá entendeu como pagamento ilegal de dinheiro. A declaração foi feita durante depoimento na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Sá acertou acordo de delação premiada.
"Ele (Cabral) disse que teríamos que dar uma contribuição mensal de R$ 350 mil. Depois, fomos chamados para uma reunião no Palácio Guanabara com o governador, e ele disse que o secretário de governo, Wilson Carlos, iria cuidar da execução das obras. Ficamos com obras de Manguinhos, PAC das Favelas, Arco Metropolitano, que entramos, mas declinamos posteriormente porque não teríamos resultados. (Em) Manguinhos fomos líderes do consórcio e ficou acertado o pagamento de 5%", disse.