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Operação Lava Jato

- Publicada em 15 de Março de 2017 às 18:04

Após citação, Moreira Franco contrata advogado

Peemedebista foi citado por ex-executivo da Odebrecht em delação

Peemedebista foi citado por ex-executivo da Odebrecht em delação


AFP/JC
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), que aparece na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ontem que somente irá se manifestar nos autos do processo. Ele disse, porém, que já contratou advogado para a sua defesa. Segundo o ministro, com o encaminhamento dos nomes ao Supremo Tribunal Federal (STF), o "problema" deixou ser "especulação" do plano da política e passou para a esfera judicial.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco (PMDB), que aparece na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou ontem que somente irá se manifestar nos autos do processo. Ele disse, porém, que já contratou advogado para a sua defesa. Segundo o ministro, com o encaminhamento dos nomes ao Supremo Tribunal Federal (STF), o "problema" deixou ser "especulação" do plano da política e passou para a esfera judicial.
O ministro foi citado na delação do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Mello Filho. Ele revelou denúncias de pagamento de recursos de caixa-2 para campanhas eleitorais de diversos políticos do PMDB e integrantes do primeiro escalão do governo federal, como o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB). O próprio presidente Michel Temer (PMDB) é citado. O ex-executivo da empreiteira disse que Temer procurou Marcelo Odebrecht com pedido de R$ 10 milhões. O dinheiro teria sido entregue em espécie no escritório do advogado José Yunes, amigo e assessor especial do presidente Temer, durante a campanha eleitoral de 2014.
Também citado na lista, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que confia na Justiça brasileira e que seu nome constar numa lista divulgada por vazamento "não é sentença" condenatória. Ele afirmou ainda que o Senado saberá separar as investigações em curso do papel do Congresso, que deve, segundo ele, ajudar o Brasil a retomar o crescimento econômico. O presidente do Senado disse que é preciso separar as coisas e que, portanto, a Justiça deve investigar, e o Congresso deve seguir aprovando reformas importantes para o País.
Além de Eunício, também constam da "lista do Janot" os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP) e os peemedebistas Romero Jucá (RR), Renan Calheiros (AL) e Edison Lobão (MA). Janot também pediu inquérito contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Além de Moreira Franco, outros quatro integrantes do primeiro escalão do governo Michel Temer estão na lista: os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB); de Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB); da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD); e das Cidades, Bruno Araújo (PSDB).

Citada em lista, Dilma Rousseff afirma que nunca houve provas contra ela

Um dia depois de citada na lista de Janot, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse que, na Lava Jato, "sempre" há suspeitas contra ela, mas "nunca" provas ou indícios de participação direta. Nesta terça-feira, 320 pedidos de procedimentos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Janot pediu que Dilma e o antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sejam julgados na primeira instância, se assim decidir o relator da Lava Jato na Corte, ministro Edson Fachin.
Marcelo Odebrecht, em colaboração premiada, garantiu que Dilma sabia dos pedidos de contribuição para financiar sua campanha por meio de "interlocutores", sem dar mais detalhes. Ele revelou ter doado R$ 150 milhões por meio de caixa-2 para a campanha da petista e do presidente Michel Temer (PMDB) em 2014.
"Desde o início das investigações sobre a Operação Lava Jato, há quase três anos, nunca surgiram provas ou indícios do envolvimento direto de Dilma Rousseff em desvio de recursos públicos ou corrupção", diz nota da petista, que não se manifestou na terça-feira, quando a lista de Janot foi enviada ao STF.
Ela voltou a criticar os "vazamentos seletivos" de delações premiadas, e declarou ainda que "suspeitas são sempre lançadas contra ela no terreno das ilações ou citações indiretas em conversas de terceiros". Além de ter pedido abertura de inquérito para os ex-presidentes Dilma e Lula, Janot fez o mesmo para os correligionários e ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega.