O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin começou, na tarde de ontem, a tomar o depoimento de três delatores ligados à empreiteira Odebrecht na ação em que o PSDB pede a cassação da chapa com que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (PMDB) concorreram ao Planalto em 2014. Todos assinaram acordos de delação nos quais relataram pagamentos de propinas a políticos de vários partidos.
Foram prestar depoimento na sede do TSE em Brasília os ex-diretores da Odebrecht Cláudio Melo Filho, Alexandrino Alencar e Hilberto Mascarenhas, acusado pelos investigadores da Operação Lava Jato de chefiar um departamento da empresa responsável pelo pagamento de propina a políticos.
As oitivas foram autorizadas pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, e pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chefe da força-tarefa de procuradores da operação.
Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidente Dilma e de seu companheiro de chapa, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas, por unanimidade, no TSE.
No entanto o processo foi reaberto, porque o PSDB questionou a aprovação por entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma, que teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Lava Jato. Segundo entendimento do TSE, a prestação contábil da presidente e do vice-presidente é julgada em conjunto.
A campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi documentado e monitorado. No início do mês, a defesa do presidente Michel Temer sustentou no TSE que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. De acordo com os advogados, não se tem conhecimento de qualquer irregularidade no pagamento dos serviços.