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Internacional

- Publicada em 11 de Março de 2017 às 12:46

Holanda cancela permissão de pouso para voo de ministro turco

Decisão do governo holandês gerou protestos na frente da embaixada do país em Istanbul

Decisão do governo holandês gerou protestos na frente da embaixada do país em Istanbul


OZAN KOSE/AFP/JC
Estadão Conteúdo
O governo holandês cancelou neste sábado (11) a permissão de pouso para o avião do ministro de Relações Exteriores da Turquia, provocando uma reação indignada do presidente turco e aprofundando uma disputa diplomática entre os dois aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O ministro Mevlut Cavusoglu pretendia fazer campanha em Roterdã para um referendo sobre reforma constitucional na Turquia, algo que o governo holandês considera um retrocesso para a democracia.
O governo holandês cancelou neste sábado (11) a permissão de pouso para o avião do ministro de Relações Exteriores da Turquia, provocando uma reação indignada do presidente turco e aprofundando uma disputa diplomática entre os dois aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O ministro Mevlut Cavusoglu pretendia fazer campanha em Roterdã para um referendo sobre reforma constitucional na Turquia, algo que o governo holandês considera um retrocesso para a democracia.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, prometeu retaliação contra voos diplomáticos holandeses. "Fiquem à vontade para impedir o voo de nosso ministro de Relações Exteriores, vamos ver como seus voos chegam à Turquia a partir de agora", disse Erdogan durante um comício em Istambul. "Eles não conhecem política ou diplomacia internacional. São remanescentes do nazismo, fascistas."
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse entender a indignação, mas classificou a declaração como algo extremamente inapropriado.
Cavusoglu participaria de um comício em Roterdã em busca de apoio de cidadãos turcos em um referendo que vai decidir sobre a ampliação dos poderes presidenciais. Ele tinha ameaçado impor sanções caso seu voo fosse impedido de pousar na Holanda. "Se a Holanda cancelar minha permissão de voo, nossas sanções serão pesadas", disse o ministro à rede de TV CNN Turk. Ele também repetiu as alegações do governo turco que a proibição desses comícios é uma "prática fascista". Alemanha e Holanda proibiram campanhas pelo "sim" no referendo que será realizado em 16 de abril. Segundo o ministro, isso significa que a Europa está "ficando do lado do 'não'".
Kemal Kilicdaroglu, líder do principal partido de oposição da Turquia, criticou a decisão holandesa. "Isso não é certo", disse Aqueles que defendem a democracia não fariam isso. Vocês se classificam como democratas mas não permitem o voo de um ministro da República da Turquia?"
A contenda diplomática ocorre apenas alguns dias antes das eleições legislativas na Holanda. A campanha vem sendo dominada por questões de identidade, e Gert Wilders, que tem posições de extrema-direita, pode se tornar o novo primeiro-ministro do país Wilders tinha acusado o governo de não reagir com firmeza aos planos da Turquia de enviar ministros ao país para fazer campanha, e disse que sua pressão fez a diferença. "Graças à forte pressão do PVV dias antes das eleições holandesas, nosso governo NÃO autorizou o pouso do ministro turco", disse em mensagem no Twitter, referindo-se ao seu Partido da Liberdade.
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