O presidente da Bolívia, Evo Morales, elogiou ontem a promulgação da polêmica lei de defesa da planta da coca, afirmando que esta é uma "vitória contra os Estados Unidos".
"A coca se impôs ao império norte-americano", afirmou Morales, que apareceu pela primeira vez após passar seis dias em Cuba, tratando de um tumor benigno na garganta. "Os EUA decidiram que a Bolívia e a Venezuela fracassaram de forma comprovada na luta contra as drogas. A única coisa comprovada é que não podemos nos submeter", defendeu.
Morales recordou sua luta de uma década em defesa da coca contra a política norte-americana que queria erradicá-la, e sublinhou que esse cultivo "foi fundamental" para sustentar seus 11 anos de governo. A lei anterior limitava o cultivo a 12 mil hectares.
A medida eleva a área disponível para o plantio para 22 mil hectares, o que gerou críticas por parte de alguns líderes cocaleiros, para quem o incremento pode servir à produção da droga. Morales chamou de "traidores" os críticos e acrescentou que o governo irá trabalhar para exportar o produto e seus derivados lícitos para Venezuela, Paraguai e Equador.
O novo limite também supera os 14,7 mil hectares previstos em um estudo tradicional da coca feito pelo próprio governo.