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- Publicada em 06 de Março de 2017 às 22:23

Smed desmente restrição de carne e ovos a estudantes

'Temos alunos que só comem quando vão à escola', afirma Miriam

'Temos alunos que só comem quando vão à escola', afirma Miriam


FREDY VIEIRA/JC
Isabella Sander
Depois de gerar indignação entre a comunidade escolar da rede municipal de Porto Alegre, um memorando restringindo o consumo de carne e ovos por alunos e educadores foi desmentido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed). O documento foi publicado na sexta-feira no blog do Setor de Nutrição da pasta, com a assinatura da coordenadora da área, Cíntia Silva dos Santos, e encaminhado ontem às escolas, no primeiro dia do ano letivo.
Depois de gerar indignação entre a comunidade escolar da rede municipal de Porto Alegre, um memorando restringindo o consumo de carne e ovos por alunos e educadores foi desmentido pela Secretaria Municipal de Educação (Smed). O documento foi publicado na sexta-feira no blog do Setor de Nutrição da pasta, com a assinatura da coordenadora da área, Cíntia Silva dos Santos, e encaminhado ontem às escolas, no primeiro dia do ano letivo.
O Memorando nº 60/2017 informava que, devido à escassez de recursos, o cuidado com o financiamento relativo à alimentação seria intensificado, havendo redução de gêneros disponíveis e restrição de uma porção de carne ou ovos por refeição. Os educadores só teriam permissão de fazer as refeições quando estivessem acompanhando suas turmas. Cozinheiros, auxiliares de cozinha e técnicos/estagiários de nutrição, assim como os educadores das turmas de Educação Infantil que acompanham a refeição, seguiriam podendo se alimentar nos refeitórios.
No início da tarde, por nota, a Smed afirmou que o documento não representa a posição da pasta ou da prefeitura, e que não haverá diminuição da alimentação por falta de recursos. O texto não teria sido autorizado pelo secretário municipal de Educação, Adriano Naves de Brito. Os motivos do envio do memorando estão sendo investigados. Segundo a nota, 70% da alimentação é financiada pelo governo federal, e 30%, pelo município. "Não posso dizer se isso foi feito de modo intencional ou inadvertidamente, mas, da maneira como o texto coloca, parece que há restrições orçamentárias para a alimentação e que haverá diminuição na quantidade de comida. Nada disso corresponde", assegura.
Mudanças poderão ser percebidas no cardápio, uma vez que o financiamento do governo federal prevê 30% de gêneros alimentícios comprados por meio de agricultura familiar. "Como não podemos adquirir os alimentos em qualquer lugar, às vezes é necessário adaptar o cardápio com o que os fornecedores oferecem, mas sem prejuízo aos alunos", revela Brito.
A oferta de merenda exclusivamente aos alunos não é novidade, conforme o secretário. "Os professores já recebem vale-alimentação e não têm direito, a não ser quando dão aula para a Educação Infantil e estão fazendo um trabalho pedagógico referente a refeições. O recurso previsto é voltado aos estudantes. Temos um manual publicado pela Smed em 2014, antes de nossa gestão, já orientando nesse sentido", garante.
Pegos de surpresa, professores e representantes do Sindicato dos Municipários foram para a frente da Smed pela manhã pedir explicações. "Temos alunos que só comem quando estão na escola, como é que vão restringir a quantidade de carne? Aluno mal alimentado não aprende", destaca Miriam Gusmão, professora de Português e Literatura da Escola Municipal de Ensino Médio Emílio Meyer.
A educadora aponta, ainda, o problema de restringir alimentação aos docentes. "Por falta de efetivo, muitos dão aula em uma escola de manhã e em outra, do outro lado da cidade, à tarde. Quando eles terão tempo de comer fora?", questiona.
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