Ulisses Miranda

Empresa gaúcha comercializa seus produtos para 42 países. Principal aposta, hoje, está na América Latina

De Porto Alegre para o mundo: Toymaker produz brinquedos para a Disney

Ulisses Miranda

Empresa gaúcha comercializa seus produtos para 42 países. Principal aposta, hoje, está na América Latina

Há cerca de três anos, Marcelo Griebler, 41, decidiu deixar Porto Alegre, sua cidade natal, para fixar residência em Orlando, nos Estados Unidos. Hoje, ele e a família moram perto do complexo de parques da Disney. A alegria não é só para as crianças, afinal, os criadores do Mickey e da Minnie são os principais clientes de Marcelo.
Há cerca de três anos, Marcelo Griebler, 41, decidiu deixar Porto Alegre, sua cidade natal, para fixar residência em Orlando, nos Estados Unidos. Hoje, ele e a família moram perto do complexo de parques da Disney. A alegria não é só para as crianças, afinal, os criadores do Mickey e da Minnie são os principais clientes de Marcelo.
A Toymaker, empresa do gaúcho, desenha os brinquedos oficiais da marca e os fabrica na China. "Somos donos dos moldes e contratamos fábricas para executar o trabalho. Essas fábricas também precisam ser auditadas pela Disney", explicou, durante visita ao Estado.
O envolvimento de Marcelo com o universo dos brinquedos existe desde jovem. "Meu pai é representante comercial de brinquedos aqui no Rio Grande do Sul há mais de 40 anos", conta. Em 1991, seguiu a tradição familiar e começou a trabalhar na mesma função.
Em pouco tempo, seu interesse pelo mercado o levou a viajar pelo mundo, sobretudo para feiras na China, em busca de novidades. A Toymaker surgiu de um contato que Marcelo tinha dentro da Disney. Um amigo, diretor de produtos da gigante norte-americana, o avisou sobre uma necessidade da empresa no Brasil. O fornecedor licenciado estava fechando as portas e alguém precisava entrar no seu lugar. Foi então que a Toymaker, em dezembro de 2005, começou. "Eu tinha um contrato com a Disney aprovado e não tinha empresa, não tinha produto. E aí começou a batalha, de correr atrás, de construir uma linha", lembra. Em agosto de 2006, a primeira nota fiscal foi faturada.
A Toymaker já teve duas fábricas no Estado. Uma em Porto Alegre e outra em Restinga Seca. "Tivemos 220 funcionários", conta. Posteriormente, houve uma mudança para Santa Catarina, por conta da atratividade fiscal do estado vizinho.
Além da Disney, o mercado nacional gerou demanda. "O primeiro produto que a gente fez e que abriu mercado para nós foi o boneco do Big Brother Brasil, em 2008", afirma. No mesmo ano, a Disney deu um filme para a Toymaker distribuir pela primeira vez, o Wall-E. A empresa tornou-se distribuidora oficial dos personagens do longa no País. "E foi aí que começamos a crescer, por esses dois fatos relevantes no mesmo ano", detalha.
Agora, com essa trajetória de mais de uma década, os números de 2017 indicam crescimento de 40% em relação a 2016, e está prevista a produção de mais de 5 milhões de peças para o período. A sede criativa continua na capital gaúcha, assim como toda a parte de desenvolvimento. "Ou seja, o produto que a gente vende no mundo inteiro é gaúcho", orgulha-se. As exportações chegam a 42 países.
"Nós estamos concentrados no mercado internacional, porque as oportunidades de crescimento na América Latina são enormes", argumenta. Além do escritório porto-alegrense, a Toymaker tem sua sede em Orlando (Estados Unidos) e operações em Buenos Aires (Argentina), Cidade do México (México) e Hong Kong.
Nos Estados Unidos, um dos revendedores é a rede de farmácias Walgreens, que disponibiliza os produtos em seus mais de 8,6 mil pontos.
"O mercado dos Estados Unidos é o mais difícil de todos. Quando você é um licenciado, o grande dificultador é ser aprovado pelo licenciador. Quando consegue a licença, a própria Disney abre os mercados para você", revela.
O futuro da empresa não está, necessariamente, aliado ao término dos brinquedos convencionais. "Os carros de roda livre, brinquedos para a praia, como baldinho e ferramentas, todos fazem um sucesso enorme com as crianças. O que falta é a iniciativa da indústria em manter esses brinquedos clássicos", comenta. Isso, contudo, não impede que a Toymaker invista em novidades. Um produto para ajudar os pais a localizar as crianças está em fase avançada de testes em Orlando. O Dozzy é uma espécie de relógio que funciona como brinquedo para os pequenos e localizador para adultos.
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