Ânimos exaltados são, até certo ponto, comuns em jogos entre Juventude e Inter. Porém, a derrota colorada por 1 a 0, com gol de Tadeu em um pênalti mal marcado pelo árbitro Diego Real nos descontos do segundo tempo, encheu o vestiário do Alfredo Jaconi de reclamações. Com o resultado, o Colorado deixa a zona de classificação para a próxima fase do Campeonato Gaúcho.
"Está sendo feito tudo que é possível para o Inter não ser heptacampeão. Infelizmente, coloco o campeonato sob suspeição", atacou o vice de futebol colorado, Roberto Melo. "Esse árbitro não havia atuado em nenhuma partida até março, rodou no teste físico. Se não estava mal-intencionado, ele não tem nenhuma condição de apitar no futebol profissional."
No jogo, porém, o Juventude de Gilmar Dal Pozzo, que estreava no comando da equipe, teve uma atuação mais sólida. O time da Serra começou em alta voltagem, pressionando o Inter e com direito a um suposto pênalti sobre Caprini, logo aos dois minutos, não assinalado. Com 15 minutos de bola rolando, Danilo Fernandes já tinha operado dois milagres, em lances de Taiberson e Caion. A essa altura, Alemão já tinha sentido dores no quadril, sendo substituído por Junio, o que aumentava a confusão defensiva do Colorado.
Apenas aos 28 minutos, o Inter daria sinais de reação, com um chute de Roberson forçando Douglas Silva a boa defesa. No escanteio seguinte, o goleiro do Juventude voltou a salvar, em cabeceio de Charles. Porém, a atuação colorada seguia ruim, com pouca posse no meio-campo, e o time da casa continuava chegando com mais qualidade - aos 39, Caion chegou a colocar a bola na trave. O intervalo era a chance que o Inter esperava para reagrupar-se no vestiário.
As coisas, porém, seguiram mais favoráveis ao Papo na segunda etapa. Depois de novo milagre de Danilo Fernandes, aos seis minutos, Bruno Ribeiro perdeu um gol incrível aos oito, sem goleiro. A expulsão de Charles deixou a situação ainda mais dramática. Com um buraco no meio, restava ao Inter a ligação direta. A entrada de Carlos no lugar de Nico López acabou tendo efeito positivo, criando algumas chances e forçando o Juventude a tomar mais precauções defensivas.
O lance decisivo, porém, só foi acontecer nos acréscimos. Em meio a uma escaramuça na área colorada, Fahel cabeceou, e a bola bateu no peito de Junio, que pulou com o braço erguido. O árbitro, no entanto, assinalou o pênalti, iniciando uma confusão que durou mais de sete minutos. Mesmo após consultas aos auxiliares, Diego Real manteve a penalidade - e Tadeu, que não teve nada a ver com isso, fez o gol da vitória alviverde.