Todas as atividades do varejo registraram retração em janeiro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na média, o volume do comércio varejista mostrou recuo de 7%, a 22ª taxa negativa consecutiva, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A gente não está vendo aumento nas vendas em relação ao ano anterior há quase dois anos”, observou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. Segundo Isabella, a desaceleração da inflação e redução na taxa básica de juros melhoram o cenário para o varejo, mas a recuperação das vendas ainda depende de uma melhora no mercado de trabalho.”O mercado de trabalho é um fator importante para se observar consumo”, completou a pesquisadora.
Em janeiro, o maior impacto sobre o total do varejo foi do segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 7,0% nas vendas, a redução mais acentuada desde junho de 2003, quando caiu 8,6%.
Os demais recuos foram de combustíveis e lubrificantes (-9,0%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,8%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-6,0%); móveis e eletrodomésticos (-3,5%); tecidos, vestuário e calçados (-6,3%); livros, jornais, revistas e papelaria (-17,0%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,9%).
No caso do varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve redução no ritmo de perdas. A queda foi de 4,8%, com recuo de 0,3% em material de construção e retração de 4,6% em veículos e motos, partes e peças. O resultado negativo de veículos foi o menos acentuado desde março de 2015, quando as vendas diminuíram 3,7%. “Veículos recuperou um pouquinho mais, por conta da venda de automóveis usados”, explicou Isabella.