Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Logística

- Publicada em 16 de Março de 2017 às 21:47

Leilão de aeroportos movimenta R$ 3,7 bilhões

Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, foi arrematado por R$ 425 milhões pela Fraport

Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, foi arrematado por R$ 425 milhões pela Fraport


MISTER SHADOW/ASI/DIVULGAÇÃO/JC
Três grupos europeus arremataram os quatro aeroportos oferecidos pelo governo federal em leilão realizado na manhã desta quinta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Considerando todo o período de concessão dos quatro terminais, o governo vai arrecadar R$ 3,72 bilhões, ágio de cerca de 23% sobre o valor inicial esperado, de R$ 3 bilhões.
Três grupos europeus arremataram os quatro aeroportos oferecidos pelo governo federal em leilão realizado na manhã desta quinta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Considerando todo o período de concessão dos quatro terminais, o governo vai arrecadar R$ 3,72 bilhões, ágio de cerca de 23% sobre o valor inicial esperado, de R$ 3 bilhões.
O aeroporto de Fortaleza foi arrematado pela alemã Fraport por R$ 425 milhões, a oferta mínima era de R$ 360 milhões. A concorrente neste ativo era a francesa Vinci e, no total, foram dados seis lances pelo terminal. A Fraport também levou o terminal de Porto Alegre com oferta final de R$ 290 milhões, a oferta inicial mínima era de R$ 31 milhões. O valor mínimo de outorga era de R$ 123 milhões, sendo que o valor total a ser pago pela empresa será de R$ 382 milhões. Neste caso, a alemã disputou com o grupo Zurich e, no total, foram ofertados oito lances para Porto Alegre.
Já o terminal de Salvador ficou com a francesa Vinci por R$ 660,943 milhões. A Vinci foi a única proponente interessada no aeroporto baiano e, portanto, não houve concorrência. O aeroporto de Florianópolis também foi disputado pelas empresas Zurich e Fraport, com 11 lances feitos ao longo da uma hora e meia de leilão. Ao final, a vitoriosa foi a Zurich, com lance de R$ 83,3 milhões, contra valor inicial de R$ 53 milhões.
Porto Alegre foi o aeroporto com maior ágio (835%) desse leilão quanto ao lance mínimo de oferta inicial. Nas concessões anteriores, o prêmio sobre o aeroporto de Brasília, em 2012, foi de 673,9%. No entanto, nos certames passados, o ágio era calculado sobre o valor total da outorga, e não apenas sobre a parcela à vista de 25%. Os prêmios nas demais praças foram os seguintes: 18% em Fortaleza, 57% Florianópolis, e 113% para Salvador.
Os lances mínimos foram fixados com base em 25% do valor da outorga. Esses valores serão pagos à vista, no momento da assinatura do contrato. Nesta etapa, o governo vai arrecadar R$ 1,46 bilhão, ágio de quase 93,75% sobre o valor mínimo estabelecido pelo edital (R$ 753 milhões). Os investimentos esperados ao longo do prazo de concessão totalizam R$ 6,613 bilhões. A concessão dura de 30 anos, prorrogáveis por mais cinco, com exceção do aeroporto de Porto Alegre, em que o período é de 25 anos, extensíveis por mais cinco.
Levando em conta o valor total da outorga, e não apenas os 25% usados como base dos lances, os ágios para cada terminal são menores. No caso de Porto Alegre, cai para 211%; Salvador, 28,3%; Florianópolis, 14,3%; e Fortaleza. de apenas 4,5%, menores do que em leilões anteriores. Quando foi leiloado, em 2012, o ágio do aeroporto do Galeão tinha sido de 294%. Já o de Natal foi vendido por 228,8% mais que o preço mínimo do leilão.
Depois de ser derrotada na competição pelo aeroporto de Galeão, em 2013, a alemã Fraport mostrou agressividade na disputa de quinta-feira. Com o arremate de dois terminais (Fortaleza e Porto Alegre), a companhia vai fazer o maior desembolso total, de R$ 1,888 bilhão, dos quais R$ 715,12 milhões serão à vista e correspondem aos valores ofertados por lance durante a disputa (25% da outorga mais o ágio 83,2%). A Infraero não entrou como sócia dos europeus, como aconteceu em rodadas passadas e o ágio total foi bem menor, como o próprio governo esperava.
O presidente Michel Temer comemorou o resultado do leilão de concessão dos quatro aeroportos. O ágio pago nos terminais é, segundo Temer, sinal de confiança na economia brasileira, e esse otimismo deve pautar os passos do governo. "Os quatro aeroportos foram licitados com grande sucesso", disse Temer, ao lembrar que, há alguns dias, analistas demonstravam preocupação com a chance de que os terminais poderiam sequer ter interessados.
Após a conclusão da disputa, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, exaltou o resultado do certame e disse que o arremate dos quatro terminais mostra uma "confiança generalizada" no Brasil. "Estamos fazendo um esforço imenso de colocar o País nos trilhos para retomar os investimentos", afirmou.
As empresas vencedoras terão que investir na ampliação dos terminais de passageiros, dos pátios de aeronaves e de estacionamentos. Os editais preveem que os novos administradores também terão que revitalizar os novos terminais, fazendo a atualização de sinalizações e do sistema de iluminação. Terão ainda que disponibilizar internet gratuita de alta velocidade, além de fazer melhorias de banheiros, escadas e esteiras rolantes.

Governo estuda se há necessidade de mais concessões

Ideia é abrir quatro subsidiárias da Infraero, disse Quintella (1º à dir)

Ideia é abrir quatro subsidiárias da Infraero, disse Quintella (1º à dir)


ALBERTO RUY/ASCOM/MTPA/JC
O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, afirmou nesta quinta-feira que o governo ainda estuda se há a necessidade ou não de novas concessões de aeroportos no futuro. "Estamos calibrando o sistema público e o sistema que foi concessionado para, aí sim, saber se haverá a necessidade ou não de mais concessões de aeroportos", disse Quintella, durante coletiva de imprensa após o leilão dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis.
"Não pretendemos fechar essa porta de jeito nenhum", frisou. Questionado quanto ao futuro da Infraero, o ministro disse que o governo tomou medidas para garantir a sustentabilidade da companhia, entre elas o envio de R$ 500 milhões para o Plano de Demissão Voluntária de funcionários da estatal.
"Queremos uma Infraero mais moderna, enxuta, que troque mais experiência com operadores importantes no mundo", disse. Ele voltou a lembrar que a ideia do governo é a abertura de quatro subsidiárias da Infraero, voltadas para Serviços, Participações, Navegação e Aeroportos. A Infraero Aeroportos receberia um certo número de aeroportos, para a futura abertura de capital da empresa, comentou.