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Mercado de Capitais

- Publicada em 15 de Março de 2017 às 19:55

Fed eleva juros dos EUA em 0,25 ponto percentual

O Fed (Federal Reserve, o Banco Central, BC, dos Estados Unidos) elevou as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 0,75% e 1,00% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, depois que diversos integrantes do BC norte-americano sinalizaram que os juros deveriam subir em março, incluindo a presidente do Fed, Janet Yellen.
O Fed (Federal Reserve, o Banco Central, BC, dos Estados Unidos) elevou as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 0,75% e 1,00% ao ano. A decisão era amplamente esperada pelo mercado, depois que diversos integrantes do BC norte-americano sinalizaram que os juros deveriam subir em março, incluindo a presidente do Fed, Janet Yellen.
Também conforme previsto por analistas e investidores, o Fed manteve a estimativa de três aumentos dos juros neste ano. Na semana passada, dados fortes sobre a criação de empregos nos Estados Unidos ampliaram as apostas de alta dos juros neste mês e fizeram o dólar subir ainda mais nos últimos dias.
No comunicado divulgado após a decisão, o Fed destaca que "dados recebidos desde o encontro do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) em fevereiro indicam que o mercado de trabalho continua a se fortalecer e que a atividade econômica continua a se expandir num ritmo moderado". O BC norte-americano diz ainda que os ganhos na geração de emprego "permanecem sólidos" e que a taxa de desemprego mudou muito pouco nos últimos meses - após duas altas de 0,1 ponto percentual depois da eleição de novembro, ela caiu em fevereiro (de 4,8% para 4,7%).
O texto destaca ainda o crescimento da inflação nos últimos trimestres, "chegando perto da meta do comitê, de 2%". "O comitê espera que, com os ajustes graduais na orientação da política monetária, a atividade econômica se expanda a um ritmo moderado, as condições do mercado de trabalho sejam reforçadas um pouco mais, e a inflação se estabilize em torno de 2% a médio prazo", diz o documento, afirmando ainda que os riscos a curto prazo "parecem equilibrados". "O comitê continuará acompanhando de perto os indicadores de inflação e a evolução econômica e financeira a nível mundial", completa.
A última elevação dos juros norte-americanos havia sido em dezembro de 2016, também de 0,25 ponto, para entre 0,50% e 0,75%, depois de um ano sem aumentos. É o terceiro aumento das taxas desde a crise financeira mundial de 2008. Antes dessas três altas em pouco mais de um ano, o Fed ficou quase 10 anos sem alterar os juros.
Taxas mais altas nos Estados Unidos tornam ainda mais atrativos os investimentos na maior economia do mundo, em detrimento de outros mercados, principalmente emergentes. Com isso, um dos riscos da elevação das juros seria uma fuga de capital para lá - já que o país é considerado de risco zero. Outro ponto que pesa para os emergentes é o fato de serem países que têm elevado endividamento em dólar. Quando há migração de recursos de investidores globais para o mercado norte-americano, cresce a pressão sobre a taxa de câmbio no curto prazo, podendo resultar em uma possível desvalorização do real frente ao dólar.
As mudanças que o Brasil tem implementado na economia desde o início do ciclo de alta nos Estados Unidos, porém, fazem com que o País esteja mais preparado para lidar com essa alteração no mercado externo. Uma das formas de se avaliar isso é pelo risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS). No fim de dezembro do ano passado, quando o Fed elevou os juros pela primeira vez desde a crise financeira global de 2008, ele estava em 494 pontos centesimais. Atualmente, o indicador está em 226 pontos centesimais. Quanto mais baixo melhor.
Antes dos sinais emitidos por Yellen e outros integrantes do Fed, investidores estimavam que o banco central poderia esperar até junho para aumentar os juros novamente, para ter tempo de avaliar como vão evoluir as propostas do presidente Donald Trump sobre cortes de juros, de regulamentações e de maiores gastos com infraestrutura e defesa. Na sua reunião de fevereiro, realizada menos de 15 dias após a posse de Trump, o comitê do banco central havia optado por manter a taxa de juros entre 0,5% e 0,75% ao ano. Apesar de destacar a solidez do mercado de trabalho no país e o aumento da confiança de consumidores e empresas, o Fomc quis esperar sinais mais claros do novo governo antes de mexer na política monetária.
 

Decisão derruba dólar e faz Bolsa subir

O mercado de câmbio, que vinha se preparando para a possibilidade de uma postura mais hawkish do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), se surpreendeu ontem com o tom gradualista da presidente da instituição, Janet Yellen, e experimentou uma forte correção de baixa. O movimento foi impulsionado ainda pela melhora na perspectiva do rating do Brasil, anunciada pela Moody's nos minutos finais do pregão.
O dólar à vista no balcão terminou com queda de 2,22%, a R$ 3,1027. A queda percentual foi a maior desde 28 de junho de 2016 (-2,57%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,158 bilhão.
A Bovespa teve uma sessão de ganhos expressivos. A reação positiva foi justificada pela sinalização de que o Fed manterá o gradualismo no ciclo de aumentos de juros do país. As bolsas norte-americanas e emergentes responderam com alta, e o Índice Bovespa terminou o dia com ganho de 2,37%, aos 66.234 pontos. Os negócios somaram R$ 9,887 bilhões.
"A sinalização de manutenção do gradualismo fez despencar as taxas dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), elevou as bolsas norte-americanas, derrubou o dólar, animou o petróleo e beneficiou os mercados emergentes", disse William Castro Alves, diretor da Valor Gestora de Recursos.
A alta na bolsa foi generalizada, mas teve como destaque as ações de commodities, que refletem não apenas as oscilações das matérias-primas, mas também o apetite por risco do investidor estrangeiro. Os preços do petróleo aceleraram fortemente o ritmo de alta com que já vinham operando e levaram Petrobras ON e PN a fecharem com ganhos de 2,64% e 4,49%, respectivamente. As ações da Vale, que já vinham em forte rota de recuperação, por conta da alta dos preços do minério de ferro, pegaram carona na melhora de apetite do investidor e subiram 6,90% (ON) e 6,92% (PNA).
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