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JC Logística

- Publicada em 29 de Março de 2017 às 15:00

Técnicos pedem interdição da ciclovia Tim Maia

Diagnóstico feito pelo Crea apontou falhas construtivas no projeto

Diagnóstico feito pelo Crea apontou falhas construtivas no projeto


FERNANDO FRAZ/FERNANDO FRAZ/ABR/JC
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio de Janeiro recomendou que o trecho da Ciclovia Tim Maia - entre São Conrado e Leblon - seja interditado entre os meses de abril e agosto, quando as ressacas são mais comuns na orla. O Crea sugere ainda que as obras de reparação da estrutura sejam feitas nesse período, e que estudos hidrológicos aprofundem o conhecimento sobre as ondas no local.
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) do Rio de Janeiro recomendou que o trecho da Ciclovia Tim Maia - entre São Conrado e Leblon - seja interditado entre os meses de abril e agosto, quando as ressacas são mais comuns na orla. O Crea sugere ainda que as obras de reparação da estrutura sejam feitas nesse período, e que estudos hidrológicos aprofundem o conhecimento sobre as ondas no local.
Em abril do ano passado, o desabamento de uma parte da ciclovia deixou duas pessoas mortas. Uma onda de mais de quatro metros atingiu a bandeja da ciclovia, que foi derrubada enquanto os pedestres e ciclistas transitavam sobre ela.
Segundo o Crea, a causa do acidente não tem relação com as falhas apontadas no relatório, e sim com o projeto da ciclovia, que não previu que as ondas pudessem chegar à bandeja. O Crea identificou falhas construtivas como a incompatibilidade de materiais na execução da obra, se considerado o ambiente agressivo em que ela foi erguida. A falha gerou fissuras em pilares, corrosão da estrutura metálica e problemas na junção das bandejas da ciclovia.
Os desgastes, segundo o Crea, podem comprometer a estrutura de pilares de sustentação no médio e até no curto prazo, em alguns casos. Além da ação das ondas e do peso dos pedestres e ciclistas em movimento, a ciclovia é impactada por lançamento de esgoto e postes com risco iminente de queda.
Segundo o presidente do Crea, Reynaldo Barros, as obras podem ser consideradas simples por necessitarem de técnicas e materiais conhecidos. Apesar disso, procedimentos complexos podem ser necessários, como içar as bandejas de apoio para reparar os pilares e junções que apresentam problemas.
O conselho recomendou também que haja mais ferramentas de advertência aos usuários da ciclovia, como sinalizações visuais luminosas e botões de emergência para avisar sobre acidentes, como queda de pessoas ao mar. O Crea realizou o estudo a pedido da Justiça, onde tramita uma ação contra 14 pessoas no caso de desabamento.
Segundo a Secretária de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, o laudo deve ser analisado agora pela Justiça, que decidirá sobre a possibilidade de reabertura da ciclovia. Os problemas estruturais identificados pelo Crea na Ciclovia Tim Maia vão além do trecho em que o desabamento matou as duas pessoas em abril do ano passado.
A obra, inaugurada em janeiro do ano passado, apresenta sinais precoces de deterioração em consequência das falhas na construção, segundo o Crea. O presidente do conselho afirmou que a análise mostrou que o problema determinante para a tragédia foi a falta de fixação para as bandejas, que estavam apenas posicionadas sobre os pilares de sustentação. Os problemas identificados no laudo divulgado, no entanto, não interferiram no incidente.
"Não foram esses problemas que determinaram o acidente. Foi o impacto da onda, em função das características da obra. Os tabuleiros foram apenas apoiados. A onda ofereceu um impacto de baixo para cima e virou o tabuleiro", explicou Barros.
O local do acidente já foi refeito, mas, segundo o Crea, foram encontrados sinais de fratura do concreto na ligação das vigas com os pilares, o que pode ser resultado de um longo trecho sem intervalos para a dilatação do material, já que os vãos entre as bandejas foram unificados no reparo. O trecho também tem pontos de corrosão por falta do cobrimento adequado dos materiais.
O Crea identificou que a maioria dos blocos de fundação já apresenta fissuração considerável devido à incompatibilidade dos materiais com o ambiente agressivo. "Esta degradação comprometerá a integridade e a segurança da estrutura em curto prazo", alertou o texto utilizado na apresentação, por isso o Crea recomendou a interdição da ciclovia ao menos até agosto para que sejam feitos os reparos.
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