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Política

- Publicada em 21 de Fevereiro de 2017 às 22:04

Deputados se posicionam contra venda do Banrisul

Petista Zé Nunes abordou questão no espaço do Grande Expediente

Petista Zé Nunes abordou questão no espaço do Grande Expediente


MARCELO BERTANI/AGÊNCIA ALRS/JC
Marcus Meneghetti
Embora a sessão de ontem da Assembleia Legislativa não contasse com a presença de muitos parlamentares, os deputados estaduais se mobilizaram para discutir o assunto do grande expediente: a exigência do governo federal de que o Rio Grande do Sul privatize o Banrisul para acessar o novo regime de recuperação fiscal. Nenhum deputado se manifestou a favor da privatização.
Embora a sessão de ontem da Assembleia Legislativa não contasse com a presença de muitos parlamentares, os deputados estaduais se mobilizaram para discutir o assunto do grande expediente: a exigência do governo federal de que o Rio Grande do Sul privatize o Banrisul para acessar o novo regime de recuperação fiscal. Nenhum deputado se manifestou a favor da privatização.
O primeiro a se pronunciar foi o proponente do debate, Zé Nunes (PT), diante de uma pequena plateia nas galerias que segurava um cartaz escrito "não à venda do patrimônio gaúcho". O petista disse temer que o governador José Ivo Sartori (PMDB) tente federalizar o banco estatal, o que, para ele, seria "a antessala da privatização". 
"A preocupação que tenho é que o governo Sartori, frente à necessidade e imposição do governo federal, apresente uma proposta de repasse do banco à União. Aí, para viabilizar a aprovação do projeto, promova uma grande confusão na opinião pública para parecer que é um bom negócio para o Rio Grande do Sul. E, por fim, o governo federal privatize o Banrisul", discorreu Zé Nunes.
Segundo o parlamentar do PT, "assim a gestão Sartori se livraria do desgaste causado pela privatização, repassando a responsabilidade ao governo federal". Ele destacou ainda a importância do banco estatal: "Tem agências bancárias em 347 municípios gaúchos. Em 2016, teve um lucro de R$ 659 milhões em 2016, ou seja, põe dinheiro no caixa do Estado. Além disso, financia pequenos empreendimentos, a agricultura familiar e projetos culturais".
Apesar do temor de Zé Nunes, os deputados da base aliada de Sartori se revezaram no microfone de apartes para defender o caráter estatal do banco. O líder da bancada do PMDB, Gilberto Capoani, disse que os oito parlamentares peemedebistas eram contra a privatização. 
"Levamos a resolução da bancada ao governador Sartori em uma reunião hoje (ontem) de manhã. E o governador afirmou categoricamente que o Banrisul não está nem estará em negociação com a União", garantiu Capoani.
Ao assumir o microfone, o líder do PP na Assembleia, Frederico Antunes, disse: "Até o momento, o Banrisul não está em negociação, a menos que o chefe do Executivo decida por isso. Mas não concordamos com isso". O líder do PSDB, Pedro Pereira, também disse que era contra a privatização.
O ex-governador Olívio Dutra (PT) acompanhou o grande expediente ao lado do presidente da Casa, Edegar Pretto (PT). Durante a gestão de Olívio (1999-2002), o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995-2002) sugeriu a privatização do Banrisul em troca da renegociação da dívida. 
Ao comentar o grande expediente, o ex-governador petista avaliou que os pronunciamentos dos deputados governistas contra a privatização "são um bom sinal". Mas advertiu: "O Banrisul está, sim, na mira da privatização. E não é a primeira vez. Agora, o governo do Estado diz uma coisa e o governo federal, outra. Por isso, os gaúchos têm que ficar atentos". A ex-governadora Yeda Crusius (PSDB, 2007-2010) abriu o capital do banco durante sua gestão, vendendo cerca de 43% das ações.
A sessão plenária de ontem foi acompanhada por uma plateia que segurava uma faixa com a frase "não à venda do patrimônio gaúcho".
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