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operação leviatã

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2017 às 20:03

PF apura desvio de recursos nas obras de Belo Monte

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira, a operação Leviatã para cumprir mandados do Supremo Tribunal Federal (STF). Os seis mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Edson Fachin. Foram cumpridos no Rio de Janeiro, em Belém e Brasília, nas residências dos investigados e em seus escritório de trabalho.
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira, a operação Leviatã para cumprir mandados do Supremo Tribunal Federal (STF). Os seis mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro Edson Fachin. Foram cumpridos no Rio de Janeiro, em Belém e Brasília, nas residências dos investigados e em seus escritório de trabalho.
Entre os alvos das buscas estão Márcio Lobão, filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), e o ex-senador Luiz Otávio de Oliveira Campos, do Pará. Elas são referentes a um inquérito instaurado a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato.
Segundo nota da PF, a operação é consequência de um inquérito que apura pagamento de propina de 1% do valor das obras de Belo Monte, no Pará, a dois partidos políticos. O dinheiro teria sido pago por parte das empresas do consórcio construtor.
Em 2016, reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que, em delação premiada, executivos da Andrade Gutierrez revelaram que as construtoras responsáveis pela obra de Belo Monte pagaram propina de R$ 150 milhões (o 1% do valor dos contratos) para PT e PMDB. Cada partido ficaria com uma cota de R$ 75 milhões. Os recursos foram pagos, segundo os depoimentos, na forma de doações legais para campanhas de 2010, 2012 e 2014.
Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Luiz Otávio chegou a ser investigado em 2012 por suspeita de desvio de R$ 12 milhões da Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial), mas o caso foi arquivado em 2013. No ano passado, a então presidente Dilma Rousseff (PT) o indicou para ser o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).
A indicação atendeu aos interesses de Helder Barbalho (PMDB-PA), que era ministro da Secretaria dos Portos na época, e de seu pai, o senador Jader Barbalho - ambos aliados históricos de Luiz Otávio. Quando Michel Temer (PMDB) assumiu, porém, ele suspendeu as indicações da petista.
Márcio Lobão é citado como intermediário de propina ao pai no acordo de delação premiada firmado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. À época, Edison Lobão era ministro de Minas e Energia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O nome da operação é uma referência à obra "O Leviatã", do filósofo Thomas Hobbes. Nela, ele diz que o "homem é o lobo do homem", comparando o Estado a um ser humano artificial criado para sua própria defesa.

'Delação da Andrade Gutierrez deu consistência', diz Delcídio

O ex-senador Delcídio Amaral afirmou, nesta quinta-feira, que os depoimentos de executivos da Andrade Gutierrez deram a consistência necessária para a Operação Leviatã, deflagrada pela manhã. As declarações, segundo ele, complementaram informações que ele tinha passado para o Ministério Público Federal.
Suspeitas sobre investigados na Leviatã surgiram dos relatos do ex-senador em delação premiada. "Eu sabia o que tinha acontecido e fiz questão de registrar para o Ministério Público que, com outras contribuições que viessem, isso iria se fechar. E acredito que a colaboração da Andrade Gutierrez deu a consistência necessária para essa operação", afirmou após depoimento na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro para a Operação Saqueador.
Os alvos da operação desta quinta são ligados aos senadores do PMDB Edison Lobão (MA) e Jader Barbalho (PA). O primeiro alvo é Márcio Lobão, filho do senador, que já foi citado na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O outro alvo da operação é o ex-senador Luiz Otávio Campos, apadrinhado político de Barbalho.