O porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola, anunciou oficialmente nesta segunda-feira a indicação do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente Temer decidiu indicá-lo à vaga que era ocupada por Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo no dia 19.
Até o sábado passado, o nome mais forte na disputa era o do ministro do Superior Tribunal de Justiça Mauro Campell - considerado de perfil discreto e amigo de Zavascki. Moraes estava praticamente descartado da lista de Temer, mas o presidente voltou a cogitar o nome do ministro da Justiça depois das consultas realizadas - pessoalmente e por telefone - ao longo do sábado e do domingo.
Nos bastidores, Moraes recebeu respaldo de líderes partidários no Congresso Nacional e de ministros do próprio STF.
Depois que houver a oficialização de sua indicação, Moraes será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e terá seu nome apreciado pelo plenário do Senado. A expectativa é que ele não tenha dificuldades em ser aprovado.
Filiado ao PSDB, Moraes, 49 anos, foi promotor de Justiça em São Paulo e ocupou cargos nos governos de Geraldo Alckmin no Estado.
Foi secretário da Justiça, de 2002 a 2005, e secretário da Segurança Pública até o ano passado, quando deixou o posto para assumir o Ministério da Justiça, logo após o afastamento de Dilma Rousseff.
Também foi secretário municipal de Gilberto Kassab em São Paulo na década passada.
Como advogado, defendeu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso na Operação Lava Jato. O novo ministro do Supremo foi ainda professor titular da Universidade de São Paulo (USP).