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Opinião

- Publicada em 10 de Fevereiro de 2017 às 16:38

A corrupção atrasa o desenvolvimento do Brasil

O descalabro da segurança pública no Espírito Santo desnudou mais uma face da corrupção no Brasil, aquela que é praticada por pessoas que não são marginais, mas que não perdem a oportunidade de levar produtos de lojas antes saqueadas por desordeiros. Isso foi visto e mostrado pelas televisões em todo País, tristemente. A desagregação social que vem de cima para baixo nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário acaba formando uma metástase no tecido social e infecionando parcelas inteiras de famílias que, em tese, jamais praticariam o que foi visto.
O descalabro da segurança pública no Espírito Santo desnudou mais uma face da corrupção no Brasil, aquela que é praticada por pessoas que não são marginais, mas que não perdem a oportunidade de levar produtos de lojas antes saqueadas por desordeiros. Isso foi visto e mostrado pelas televisões em todo País, tristemente. A desagregação social que vem de cima para baixo nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário acaba formando uma metástase no tecido social e infecionando parcelas inteiras de famílias que, em tese, jamais praticariam o que foi visto.
Que o poder corrompe, isso é sabido desde o Império Romano. Tanto que pensadores e outros luminares da época afirmavam que "à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta". Pois com as denúncias divulgadas, com as delações premiadas apontando falcatruas por atacado e com a dúvida sobre a lisura de muitos governantes e ocupantes de altos cargos pairando sobre milhões de brasileiros, fica-se inseguro e sem saber quem é honesto e não parece. O pior, sem distinguir os que são desonestos, mas parecem agir corretamente. Ora, a corrupção, se não combatida na forma da lei e sendo enfrentada corajosamente, acaba por enfraquecer a índole, o caráter e até fazendo as pessoas terem dúvidas sobre algumas outras, sejam parentes, vizinhos e, mais ainda, dirigentes nos Três Poderes.
Aí começa o esgarçamento social e a desorganização, com a desobediência civil se alastrando, levando o caos além do que já é verificado em algumas cidades do Brasil. A crise que eclodiu em 2008 afetou não apenas os Estados Unidos da América (EUA), mas se alastrou para a Europa, onde países com economias menos robustas sofreram. Foi o caso específico e principalmente da Grécia, até hoje envolvida com credores que emprestaram somas bilionárias em euros, mas também da Espanha e Portugal. Houve crise fiscal, mas, atualmente, a economia deles dá sinais de recuperação.
Relatório da Organização Não Governamental (ONG) Transparência Internacional (TI), sob o título "Dinheiro, política, poder: os riscos da corrupção na Europa", investigou mais de 300 instituições de 25 países do continente e concluiu que "nenhum deles saiu dessa revisão de integridade com uma ficha de saúde completamente limpa".
Segundo o mesmo estudo, Grécia, Espanha, Itália e Portugal lideraram a lista dos que apresentam "sérias deficiências", como falta de transparência, ineficácia e abusos de autoridade "enraizados" na administração pública, que carece de mecanismos e vontade política para prevenir e punir casos de corrupção, de acordo com o relatório. Segundo a TI, cerca de 2% dos funcionários públicos gregos já foram submetidos a um procedimento disciplinar, percentagem inferior ao número de denúncias de corrupção existentes no país. Em Portugal, menos de 5% dos casos de corrupção levados à Justiça terminam com uma condenação.
"A relação entre a corrupção e a crise financeira e fiscal nesses países - junto com Espanha e Itália - não poderia ser ignorada", afirmou o relatório, que ressalta que "não são apenas as tradicionais formas de corrupção, como o suborno, que estão relacionadas a um pobre desempenho macroeconômico". Os quatro países que estiveram no centro da crise da zona do euro também sofreram com práticas consideradas legais, mas não éticas, como tráfico de influência e uma relação muito estreita entre o poder público e o setor privado, derivada da falta de controle sobre os lobbies.
Ora, esse estudo não serve, nos últimos anos, para identificar, exatamente, o que está ocorrendo no Brasil?
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