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Economia

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2017 às 22:14

Porto Alegre têm mais oferta de imóveis e preços menores

Para sindicato do setor, investimentos em propriedades imobiliárias continuam sendo bons no longo prazo

Para sindicato do setor, investimentos em propriedades imobiliárias continuam sendo bons no longo prazo


JC
Guilherme Daroit
Duas situações marcaram o cenário do mercado imobiliário da Capital no ano passado: o crescimento na oferta de imóveis e a consequente queda nos valores. Nas vendas de usados, por exemplo, a carteira de imóveis cresceu 12,53%, enquanto os preços subiram apenas 1,87% - bem abaixo da inflação, portanto. Já nos aluguéis, o movimento foi ainda mais forte. A oferta para locação cresceu 29,3%, e, também por isso, os preços caíram nominalmente 7,87%, uma redução real de mais de 15%.
Duas situações marcaram o cenário do mercado imobiliário da Capital no ano passado: o crescimento na oferta de imóveis e a consequente queda nos valores. Nas vendas de usados, por exemplo, a carteira de imóveis cresceu 12,53%, enquanto os preços subiram apenas 1,87% - bem abaixo da inflação, portanto. Já nos aluguéis, o movimento foi ainda mais forte. A oferta para locação cresceu 29,3%, e, também por isso, os preços caíram nominalmente 7,87%, uma redução real de mais de 15%.
Mesmo assim, o presidente do Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-RS), Moacyr Schukster, afirma que 2016 foi um ano "satisfatório, embora não entusiasmante". A justificativa para a opinião reside em o setor ter conseguido passar por um período ruim para quase todos os ramos da economia nacional. "O mercado continua forte, e, apesar da crise, os negócios continuaram sendo feitos, ainda que com valor reduzido", argumenta Shukster. Os dados integram o Panorama do Mercado Imobiliário 2016, lançado nesta quinta-feira pela entidade.
Para medir o número de transações, a entidade utiliza os registros de guias de pagamento do ITBI na prefeitura da Capital. Entre 2016 e 2015, o número de documentos caiu 6,92%. Na comparação com cinco anos atrás, a queda é ainda maior de 13,05%. Os preços reais, porém, são quase os mesmos, já que o valor dessas guias cresceram 37,7% desde 2011, quase em linha com a inflação do setor, que acumulou 41%.
A queda mais forte nos valores dos aluguéis do que nas vendas é vista como normal em momentos de crise econômica pelo Secovi. "Com o desemprego em alta, muita gente retornou à casa dos pais, por exemplo", analisa Shukster, ressaltando que a locação predomina entre os mais jovens - também os menos capitalizados e mais dependentes de seu emprego. Além disso, as dificuldades entre os proprietários também contribuem para o cenário. "Muita gente que tinha imóvel à venda o colocou para alugar, na esperança de repassar os custos de condomínio e impostos", acrescenta a economista da entidade, Lucineli Martins.
Aumentando a oferta e reduzindo a demanda, os preços desabaram, resultado de um maior número de renegociações de contratos e mesmo de mudanças. Em 2012, por exemplo, 24,07% dos imóveis nas imobiliárias estavam locados. Em novembro de 2016, essa parcela caiu para 9,49%. Com isso, o tempo médio para achar um locatário aumentou de 8,2 meses, em 2012, para 10,5 meses em 2016. A inadimplência também aumentou, de 3,31% para 3,91%.
Já na venda de usados, a queda no preço seria menor porque, além de a oferta ter crescido em menor ritmo, os proprietários seriam menos afeitos a grandes descontos. O motivo, na visão do Secovi, é que o imóvel continua sendo um bom investimento quando analisado no longo prazo. "Quem não precisava do dinheiro, sabe que o tempo colocará o preço no lugar", comenta Schukster.
No acumulado de 100 meses na locação, por exemplo, os ganhos ainda superam a inflação. De setembro de 2008 a dezembro de 2016, os aluguéis cresceram 89,5%, enquanto o IGP-M, principal indexador dos contratos, acumulou 62,8%. Já na venda apenas de usados, em cinco anos o preço do m² subiu 48,5%, acima do IPCA, que acumula 40,3%.
Para 2017, a expectativa ainda é de incertezas, mas com ligeiro otimismo. "Depois de muito tempo abaixo da inflação, a poupança voltou a render mais, então, confirmando um aumento na captação, podemos esperar aumento nos financiamentos", argumenta Schukster. A situação marcaria uma reviravolta no setor, dada a importância dos valores financiados para as vendas. Nos 12 meses findos em outubro, o montante financiado no Brasil caiu 44,4% em relação ao período anterior, e 58,2% em relação a dois anos atrás. "Desse jeito, o PIB só poderia reduzir mesmo", brinca o presidente do Secovi.
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