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Mercado de Capitais

- Publicada em 08 de Fevereiro de 2017 às 19:35

Fundos têm maior captação para o mês de janeiro em quatro anos

Os fundos de investimentos registraram em janeiro a maior captação dos últimos quatro anos. Se descontados os resgates, os fundos receberam quase R$ 40 bilhões no primeiro mês deste ano, a maior injeção líquida de recursos desde janeiro de 2013. A cifra mensal representou ainda mais de um terço de toda a captação registrada pelos fundos em 2016.
Os fundos de investimentos registraram em janeiro a maior captação dos últimos quatro anos. Se descontados os resgates, os fundos receberam quase R$ 40 bilhões no primeiro mês deste ano, a maior injeção líquida de recursos desde janeiro de 2013. A cifra mensal representou ainda mais de um terço de toda a captação registrada pelos fundos em 2016.
O ano passado já não havia sido ruim para essas aplicações. Considerados os "patinhos feios" da indústria de investimentos até dois anos atrás, os fundos tiveram em 2016 a maior captação desde 2010: R$ 109 bilhões.
Os números surpreendem num momento em que as famílias comprometem uma parcela significativa de seus orçamentos com o pagamento de dívidas e o desemprego atingiu nível recorde. A poupança, por exemplo, aplicação que compete com os fundos na atenção dos pequenos investidores, teve em janeiro a segunda maior saída de recursos para o mês registrada pelo Banco Central (BC). "Os investidores buscam ficar em posições mais líquidas, que possam ser resgatadas a qualquer tempo e com baixa volatilidade, mas sem deixar de aproveitar as altas taxas de juros do Brasil", afirma Carlos Takahashi, consultor sênior da gestora Blackrock no Brasil.
Segundo Diego Kashiwakura, analista sênior da agência de classificação de risco Moody's, a perspectiva de recuperação da economia e taxas de juros elevadas aumentaram o apetite dos investidores pelos fundos no fim do ano passado, mesmo em um contexto de recessão. Mas o desempenho dessas aplicações também ajudou.
Segundo dados da Anbima, a rentabilidade média dos fundos de renda fixa no ano passado - após desconto de Imposto de Renda - foi de 13,7%, enquanto a poupança teve ganho de 8,4%. Foram os fundos de renda fixa - cuja rentabilidade depende dos juros pagos nos títulos públicos - os que registraram a maior captação em janeiro. Do total de R$ 39,9 bilhões que entraram nos fundos, já descontados os resgates, R$ 35 bilhões foram destinados a essas aplicações.
Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, observa que embora o investidor vá atrás da maior rentabilidade passada, o melhor momento de ganhos desses fundos pode ter ficado para trás, com a esperada queda da taxa de juros em ritmo veloz. "A maior parcela da rentabilidade neste ano virá da melhoria dos indicadores econômicos", prevê.
Os analistas preveem uma migração de boa parte dos investidores para modalidades de fundos mais arriscadas, como os multimercados (que mesclam renda fixa, ações e outros investimentos) e ações, a depender da tolerância a risco do poupador. "Esse cenário acaba demandando que o investidor faça uma diversificação maior, principalmente considerando uma maior exposição a ativos no exterior", sugere Takahashi.
Para Viriato, se a Reforma da Previdência for aprovada, há chance de ganhos adicionais para fundos de renda fixa e de ações. "Ela tem impacto significativo nas contas do governo e, assim, na percepção de risco dos investidores."
 

Como escolher o fundo

Tudo depende do perfil do investidor e do custo da administração dos recursos, temas recorrentes quando o assunto é escolher a melhor opção de fundo para aplicar. Veja algumas dicas:
1 - Fundos ativos -aqueles cuja meta do gestor é superar o desempenho de referência do mercado- costuma dar mais retorno e ter taxas mais elevadas. "O risco é maior, mas com isso se coloca uma pitada maior de retorno", diz Carlos Takahashi, consultor sênior da gestora Blackrock no Brasil.
2 - Diante de tantas opções no mercado -só na renda fixa há cerca de 2.500 fundos no mercado-, o investidor precisa pesquisar as taxas de administração, que podem reduzir seus ganhos. "Uma taxa de 2% é muito comum no mercado. Para cobrar mais, o gestor tem que mostrar que presta um serviço muito melhor do que os outros", diz Michael Viriato, do Insper.
3 - Rentabilidade passada não é garantia de ganho futuro, mas ainda assim é preciso estudar o histórico do fundo antes de aplicar. "O ideal é olhar uma performance de até uns cinco anos atrás", diz o consultor de investimentos Marcelo D'Agosto.