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Trabalho

- Publicada em 06 de Fevereiro de 2017 às 22:37

Agronegócio lidera criação de emprego formal

Segmento de preparo e manejo do solo teve a menor variação de empregos em 2016

Segmento de preparo e manejo do solo teve a menor variação de empregos em 2016


NEW HOLLAND/DIVULGAÇÃO/JC
Em 2016, foram criados mais de 1.700 postos formais de trabalho no agronegócio gaúcho, o que representa um aumento de 0,6% no estoque de empregos do setor. Em 2015, o saldo foi negativo, com a perda de mais de 4 mil postos de trabalho. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Em 2016, foram criados mais de 1.700 postos formais de trabalho no agronegócio gaúcho, o que representa um aumento de 0,6% no estoque de empregos do setor. Em 2015, o saldo foi negativo, com a perda de mais de 4 mil postos de trabalho. Os dados foram divulgados ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O economista Rodrigo Feix destaca que esse resultado do agronegócio contrasta com os números totais do emprego no Rio Grande do Sul, que tiveram saldo negativo de mais de 54 mil postos de trabalho no ano passado. Esse desempenho é explicado pelo resultado positivo nos três segmentos do agronegócio gaúcho.
O setor de produção e fornecimento de insumos, máquinas e equipamentos e serviços especializados (antes da porteira) respondeu pela maior criação de empregos com carteira assinada (836 empregos). Desde 2013, esse segmento não registrava saldo anual positivo.
Segundo Feix, esse dado pode ser explicado por um duplo movimento setorial. "O primeiro deles foi a expansão dos empregos no setor de produção de sementes e mudas certificadas. O segundo e mais expressivo movimento ocorreu no setor de fabricação de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários. Enquanto em 2015 foram perdidos mais de 4 mil empregos nessa área, em 2016, a perda foi menor, de 842 postos de trabalho."
Além disso, a elevação das vendas de máquinas agrícolas para o mercado brasileiro no segundo semestre de 2016 favoreceu a retomada da produção e a estabilização do quadro funcional das empresas desse setor situadas no RS. "Depois de quatro semestres consecutivos de redução do número de empregados, a indústria gaúcha de tratores, máquinas e equipamentos agropecuários voltou a criar postos de trabalho", afirma Feix.
Os dados da FEE indicam que, no segmento de transporte, armazenagem, industrialização, distribuição e comercialização (depois da porteira), o saldo positivo de 630 empregos foi determinado pelo desempenho dos setores de comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais e de fabricação de conservas.
Já o segmento de preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigação, colheita e criação animal (dentro da porteira) foi responsável pela menor variação de empregos em 2016, apresentando 331 postos de trabalho. O pesquisador Rodrigo Feix aponta que os setores de produção florestal e produção de lavouras temporárias contribuíram para o resultado desse segmento. "A agropecuária gaúcha passou por dificuldades no ano passado. As atividades de criação de aves e suínos foram as mais afetadas. As produções de grãos, fumo e uva recuaram, afetadas por eventos climáticos", ressalta.

Emprego registra perspectiva de melhora, mas situação atual ainda é dura, diz FGV

A melhora no humor dos empresários indica uma perspectiva de melhora no mercado de trabalho no longo prazo, mas os trabalhadores ainda vivenciam a situação atual de forma bastante dura, segundo dados dos indicadores antecedentes do mercado de trabalho divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A expectativa é que a taxa de desemprego permaneça em deterioração até o segundo trimestre do ano, com melhora gradual a partir do terceiro trimestre, estimou o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) avançou 5,6 pontos em janeiro ante dezembro, para o patamar de 95,6 pontos, o maior nível desde maio de 2010 (98,7 pontos). Quando há aumento, a tendência é que haja geração de vagas. Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou 1,0 ponto em janeiro, para 103,6 pontos. O movimento interrompe uma sequência de quatro altas consecutivas. Quando o índice tem redução, significa melhora na avaliação dos consumidores sobre momento atual do mercado de trabalho. "Tem uma perspectiva de melhora, mas a situação atual ainda está bastante complicada", resumiu Barbosa Filho.
Os componentes que mais contribuíram para a alta do IAEmp em janeiro foram os indicadores que medem a expectativa com a situação dos negócios para os próximos seis meses e o ímpeto de contratações nos próximos três meses, ambos da Sondagem da Indústria. Segundo Barbosa Filho, o otimismo maior da indústria quanto ao futuro estaria influenciado pelo início do ciclo de redução na taxa básica de juros, a Selic.
"A inflação se mostrando mais comportada abre um espaço maior ainda, mostra que o Banco Central tem mais combustível para baixar juros do que tinha antes", disse o pesquisador, lembrando que o movimento deve contribuir para uma aceleração cíclica da economia mais adiante. No caso do ICD, apesar da melhora em janeiro em relação ao mês anterior, o indicador ainda em patamar elevado demonstra insatisfação dos brasileiros com a situação atual do mercado de trabalho. "O ICD está em um nível muito elevado, o que de certa forma é uma constatação de que a recuperação não está acontecendo como o desejado", completou o economista. O ICD é construído a partir de dados da Sondagem do Consumidor para captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho, enquanto o IAEmp tem informações das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor com o objetivo de antecipar os rumos da taxa de desemprego.