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Consumo

- Publicada em 06 de Fevereiro de 2017 às 22:45

Cesta básica de Porto Alegre ficou 1,17% mais barata

Produto que mais se desvalorizou foi a batata, com redução de 30,69%

Produto que mais se desvalorizou foi a batata, com redução de 30,69%


MARCO QUINTANA/JC
Pelo terceiro mês consecutivo, ficou mais barato comprar a cesta básica de alimentos em Porto Alegre. Em janeiro, segundo o Dieese, o conjunto saiu por R$ 453,67 na Capital, queda de 1,17% em relação a dezembro (quando custou R$ 459,02). A redução foi puxada, principalmente, pela retração nos preços de produtos in natura.
Pelo terceiro mês consecutivo, ficou mais barato comprar a cesta básica de alimentos em Porto Alegre. Em janeiro, segundo o Dieese, o conjunto saiu por R$ 453,67 na Capital, queda de 1,17% em relação a dezembro (quando custou R$ 459,02). A redução foi puxada, principalmente, pela retração nos preços de produtos in natura.
A queda, entretanto, não foi suficiente para tirar de Porto Alegre o título de cesta básica mais cara do País, posto que ocupa desde setembro do ano passado. O segundo maior valor também está no Sul do País (Florianópolis, com R$ 441,92) e, na terceira posição, vem o Sudeste, com o Rio de Janeiro (R$ 440,16). Em sentido oposto, aparecem na lista, com os custos mais baixos, Rio Branco (R$ 335,15) e Recife (R$ 346,44).
Entre os 13 itens pesquisados, cinco apresentaram queda em janeiro na Capital. O produto que mais se desvalorizou foi a batata, que ficou 30,69% mais barata no mês. Também ficaram mais baratos o tomate (-12,22%), a farinha (-4,25%), o feijão (-3,31%) e o pão (-0,12%), seguindo o comportamento visto no fim de 2016. "A boa oferta desses produtos tem garantido o abastecimento, mantendo o preço em tendência de baixa", comenta a economista do Dieese, Daniela Baréa Sandi.
Ao mesmo tempo, os outros itens apresentaram altas em seus preços. As maiores altas foram vistas no óleo de soja ( 11,29%), na banana ( 5,77%) e no café ( 3,57%). No caso do óleo, a explicação vem do mercado internacional, que rege o valor da soja e tem elevado o preço do grão nos últimos meses. Já a banana segue movimento de maior prazo, saindo no mês passado, para o consumidor, a um preço 53,87% maior do que em janeiro de 2016.
O motivo para o encarecimento da fruta é uma redução na produção, que, com a oferta em baixa, acaba elevando o preço. Na média, o quilo da banana custou R$ 9,17 em Porto Alegre, um patamar bastante elevado. "Com isso, a contribuição da banana no custo da cesta ficou maior, o que, de alguma forma, acaba pesando na conta", analisa Daniela. Em janeiro, a fruta foi responsável por 14,17% do total do conjunto na Capital, ocupando a segunda posição, que, geralmente, era do tomate ou do pão - o maior peso é o da carne, pouco acima de 36%.
Além da banana, outro produto que apresenta alta elevada na avaliação anual é o feijão. Mesmo em queda, o produto ainda sofre os efeitos do grande encarecimento em 2016, acumulando 64,9% de alta nos últimos 12 meses. Já em relação às quedas, as maiores são vistas nos mesmos produtos que apresentaram as maiores quedas no mês passado. Nos últimos 12 meses, a batata perdeu mais da metade de seu preço (-51,09%), enquanto o tomate teve queda de 40,06%, e a farinha, de 0,88%.
No cômputo geral, a cesta básica de Porto Alegre está 4,86% mais cara do que em janeiro de 2016. Com a alta do salário-mínimo nacional, que passou a valer R$ 937,00 em janeiro, o comprometimento do orçamento de um trabalhador que ganha o piso com a cesta básica caiu para 52,63%. Em dezembro, essa participação era de 56,7% e, em janeiro de 2016, de 53,44%.
"O aumento do salário não foi o esperado, mas, aliado à redução no preço dos alimentos em comparação com dezembro, trouxe uma melhoria no poder de compra", comenta a economista. Daniela lembra que a relação afeta principalmente as famílias de menor renda, que comprometem maior parte de seu salário com a alimentação. Para manter uma família de quatro pessoas, suprindo todas as necessidades descritas na Constituição, o salário-mínimo deveria ser de R$ 3.811,29, valor 4,07 vezes maior do que o atual.

Preços de itens caíram em 20 capitais

O valor dos alimentos essenciais na mesa dos brasileiros caiu, em janeiro, em 20 das 27 capitais onde é feita a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O quadro difere do registrado em dezembro, quando todas as localidades pesquisadas indicaram elevação de preços.
Em janeiro, a capital do Acre, Rio Branco, foi a que apresentou o maior recuo (-12,82%), seguida de Cuiabá (-4,16%), Boa Vista (-3,94%), Campo Grande (-3,63%) e Curitiba (-2,97%). Já as altas ocorreram em Fortaleza (4,64%), Aracaju (2,18%), Salvador (1,30%), João Pessoa (0,76%), Teresina (0,57%), Manaus (0,18%) e Brasília (0,22%).
No acumulado de 12 meses, houve elevação em 14 cidades com destaque para Maceió (15,99%), Fortaleza (11,89%) e Belém (8,52%). Entre as 13 localidades com redução, as mais expressivas foram anotadas em Belo Horizonte (-6,71%), Campo Grande (-4,69%), Palmas (-4,45%) e Brasília (-4,23%).
Pelos cálculos do Dieese, com base na cesta mais cara do País, o trabalhador deveria ganhar um salário-mínimo de R$ 3.811.29 para sustentar uma família com quatro pessoas. O valor é 4,07 vezes maior do que o atual mínimo (R$ 937,00).
Comparado a janeiro de 2016, caiu a diferença entre o oficial e o ideal, já que, há um ano, o teto considerado necessário foi estimado em R$ 3.795,24, ou 4,31 vezes mais do que o salário-mínimo vigente naquele período (R$ 880,00). A pesquisa aponta ainda que, com a correção do piso salarial em 6,48%, o trabalhador compromete 91 horas e 48 minutos para ganhar o equivalente para a compra dos produtos, tempo inferior ao mensurado em dezembro último (98h58min) e em janeiro de 2016 (97h02min).
Considerando o custo da cesta básica e o valor líquido constante no contracheque do trabalhador, em que já está descontado o recolhimento da Previdência Social, o comprometimento do ganho para adquirir os produtos atingiu, em janeiro, 45,36%, taxa menor do que a de dezembro último (48,89%) e janeiro de 2016 (47,94%).