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JC Logística

- Publicada em 21 de Fevereiro de 2017 às 21:31

GM pode reduzir direito trabalhista, diz sindicato

Trabalhadores da GM costumam reagir com manifestações quando se sentem que direitos são ameaçados

Trabalhadores da GM costumam reagir com manifestações quando se sentem que direitos são ameaçados


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
A General Motors condiciona a realização de novos investimentos na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, à redução de direitos trabalhistas, segundo informa o Sindicato dos Metalúrgicos local. A unidade, inaugurada há 86 anos, é a mais antiga do grupo no Brasil, que também tem filiais para produção de veículos em São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS). Sem aportes para atualização de linhas, a fábrica do ABC corre risco de ficar obsoleta nos próximos quatro anos, diz o vice-presidente do Sindicato, Francisco Nunes.
A General Motors condiciona a realização de novos investimentos na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, à redução de direitos trabalhistas, segundo informa o Sindicato dos Metalúrgicos local. A unidade, inaugurada há 86 anos, é a mais antiga do grupo no Brasil, que também tem filiais para produção de veículos em São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS). Sem aportes para atualização de linhas, a fábrica do ABC corre risco de ficar obsoleta nos próximos quatro anos, diz o vice-presidente do Sindicato, Francisco Nunes.
"A direção da GM ameaça transferir a produção para outras fábricas ou até mesmo abrir uma nova unidade", afirma Nunes. Ele vem se reunindo com dirigentes da montadora há um mês e conta que não houve, até agora, acordo entre as partes. A empresa informa que não comenta negociações em andamento.
O sindicalista revela que o principal impasse é em relação ao fim da estabilidade no emprego para trabalhadores lesionados. A empresa propõe aplicar a lei para novos funcionários - que, segundo ele, prevê apenas um ano de garantia de emprego. Não haveria mudanças para os atuais empregados que já têm doenças comprovadas. Aos que adquirirem lesões daqui para frente, em caso de demissão seriam pagos 33 salários extras pela montadora.
Nunes calcula que, dos 5,5 mil trabalhadores da linha de produção (de um total de 9 mil funcionários), cerca de 700 a 800 sofrem com doenças profissionais. Boa parte deles está no grupo de 750 trabalhadores que estão em lay-off até 19 de abril. "Se até lá o mercado não melhorar, a intenção da empresa é demitir esse pessoal, mas os lesionados têm garantia de emprego."
Entre outros itens que estão sendo negociados estão a substituição do repasse integral da inflação de 2018 e de metade da inflação de 2019 por abonos (que não são incorporados aos salários) e a redução do piso salarial para novas contratações. A GM produz em São Caetano os modelos Cobalt, Spin, Montana e uma versão do Ônix, o carro mais vendido do mercado atualmente e cuja linha completa é produzida em Gravataí.
De acordo com Nunes, a empresa informou, em reunião realizada na segunda-feira passada, que o investimento em estudo "mudaria completamente a planta, com novas linhas de produção e de pintura".
No dia seguinte, o sindicato realizou assembleias para informar os trabalhadores sobre as negociações e, na quarta-feira, manteve um novo encontro com diretores da GM para tentar chegar a um consenso. No ano passado, a GM foi a líder do mercado brasileiro, com 345,8 mil automóveis e comerciais vendidos, volume 10% inferior ao de 2015. O mercado total caiu 20% no período.
A montadora anunciou a suspensão da produção da fábrica do ABC por um mês desde o dia 27 de fevereiro. Em São José dos Campos parte dos trabalhadores está em casa desde o dia 13 de fevereiro retorna neste dia 2 de março. A Volkswagen suspendeu a produção no ABC até 5 de março, e a Ford, do dia 6 a 26. Em Taubaté, haverá parada de 10 dias na unidade de motores da marca GM.
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