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Política

- Publicada em 18 de Janeiro de 2017 às 22:01

Marchezan não assina carta do Cidades Sustentáveis

Chefe do Executivo recebe de Oded Grajew documento com metas

Chefe do Executivo recebe de Oded Grajew documento com metas


Marcelo G. Ribeiro/JC
Marcus Meneghetti
Apesar de o coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis e idealizador do Fórum Social Mundial, Oded Grajew, ter insistido para o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) assinar, ontem de manhã, a carta de compromisso com o desenvolvimento sustentável, o tucano pediu alguns dias para ver se as prioridades da entidade estão alinhadas à sua gestão. "Não vou assinar a carta. Peço alguns dias para ler o documento e ver se as prioridades são as mesmas que as minhas, principalmente neste momento de dificuldades financeiras pelo qual passa a cidade. Não vou assumir esse compromisso para tirar fotos com o pessoal do Cidades Sustentáveis. Quero resultados", argumentou o prefeito.
Apesar de o coordenador-geral do Programa Cidades Sustentáveis e idealizador do Fórum Social Mundial, Oded Grajew, ter insistido para o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) assinar, ontem de manhã, a carta de compromisso com o desenvolvimento sustentável, o tucano pediu alguns dias para ver se as prioridades da entidade estão alinhadas à sua gestão. "Não vou assinar a carta. Peço alguns dias para ler o documento e ver se as prioridades são as mesmas que as minhas, principalmente neste momento de dificuldades financeiras pelo qual passa a cidade. Não vou assumir esse compromisso para tirar fotos com o pessoal do Cidades Sustentáveis. Quero resultados", argumentou o prefeito.
Ao receber a comitiva do programa no seu gabinete, Marchezan convidou os representantes do programa a se acomodarem nas cadeiras de mogno, estilo clássico, forradas de veludo, dispostas na sala no formato de um semicírculo. Sentado ao lado do tucano, Grajew explicou como funciona o programa. "Nosso trabalho é transformar em metas as propostas de campanha dos candidatos que se elegeram. Os prefeitos que assinam a carta se comprometem a apresentar um planejamento para executar o seu próprio plano de governo, além de concordar em discuti-lo com a população, através de audiências públicas e de uma plataforma virtual", resumiu.
Em algumas cidades, como São Paulo, desde 2008, a Lei Orgânica do município obriga o candidato eleito a transformar o programa de governo em plano de metas. "E aqui em Porto Alegre, no final do ano passado, foi aprovado, na Câmara Municipal, o projeto do Prometa (Programa de Metas), que tem a mesma finalidade. Sua gestão vai ser a primeira a trabalhar com isso", disse o coordenador do Programa Cidades Sustentáveis.
Por fim, esclareceu que as prefeituras são avaliadas se cumpriram ou não suas metas. Um conjunto de indicadores relacionados ao desenvolvimento sustentável também é usado na avaliação da administração.
Depois de ouvir por cerca de meia hora as explicações, Marchezan pediu licença para ir ao toalete. "Enquanto isso, vou pensar que contrapartidas vocês podem dar à prefeitura de Porto Alegre", disse o prefeito em tom de brincadeira.
Quando voltou não só anunciou que não iria assinar a carta-compromisso, mas também pediu duas contrapartidas. "Não tenho vergonha em dizer que estou com dificuldades em conseguir um nome para a pasta de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Vocês indicariam alguém de São Paulo (onde mora Grajew) com visão ambiental e conhecimento na área de planejamento urbano? Os nomes daqui de Porto Alegre são, muitas vezes, associados a instituições que atuam ou atuaram", questionou. E prosseguiu: "Se eu assinar a carta, quantas pessoas vocês podem me mandar para prestar uma consultoria na questão do desenvolvimento sustentável?". Os representantes do Programa Cidades Sustentáveis pareceram ter ficado surpresos. Mas logo explicaram que não fornecem consultorias, mas outras maneiras de auxiliar as prefeituras a cumprir as metas.
Grajew relatou que as ONGs Rede Nossa São Paulo e Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis disponibilizam aos prefeitos um conjunto de ferramentas para implantar uma gestão sustentável. Por exemplo, um banco de práticas com casos exemplares nacionais e internacionais.
Aí o prefeito cedeu parcialmente: "Estou topando o desafio, mas também pedindo ajuda. Preciso que vocês contribuam com um método para alcançar as metas, que tragam pessoas para ajudar a alcançá-las. A situação de Porto Alegre é muito difícil hoje".
Por fim, o coordenador do programa pediu ao prefeito que - antes de decidir sobre a assinatura da carta-compromisso - participasse de uma agenda do Fórum Social das Resistências, que está em andamento em Porto Alegre: uma palestra sobre as metas na gestão pública, marcado para sexta-feira, às 15h, na Câmara. Marchezan disse que faria um esforço para comparecer e, se fosse o caso, assinaria o documento no evento.
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