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Prefeitura de Porto Alegre

- Publicada em 08 de Janeiro de 2017 às 22:11

PTB e PP participam da quarta gestão consecutiva

Com o anúncio do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) de que dois integrantes do PP e um do PTB vão assumir três pastas na sua gestão, os dois partidos garantiram participação no quarto governo municipal consecutivo desde a redemocratização. Apesar de não terem elegido nenhum prefeito neste período, as duas legendas devem igualar a marca do PT, que esteve na prefeitura ao longo de 16 anos (1989-2004). 
Com o anúncio do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) de que dois integrantes do PP e um do PTB vão assumir três pastas na sua gestão, os dois partidos garantiram participação no quarto governo municipal consecutivo desde a redemocratização. Apesar de não terem elegido nenhum prefeito neste período, as duas legendas devem igualar a marca do PT, que esteve na prefeitura ao longo de 16 anos (1989-2004). 
Marchezan anunciou Ricardo Gomes (PP) e Kevin Krieger (PP) para as pastas de Desenvolvimento econômico e Relações Institucionais e Articulação Política, respectivamente; além de Elizandro Sabino (PTB) para a de Infraestrutura e Mobilidade Urbana. A participação das siglas pode aumentar, porque o secretariado ainda não está fechado.
O PTB comanda cinco pastas na prefeitura municipal desde 2005, quando José Fogaça (na época PPS, hoje PMDB) derrotou Raul Pont (PT) na corrida ao paço municipal. O espaço dos petebistas foi mantido não só quando Fogaça se reelegeu (já pelo PMDB) em 2008, mas também quando o então vice-prefeito José Fortunati (PDT) assumiu a prefeitura, em 2010, depois que o peemedebista renunciou para concorrer ao governo do Estado.
Entre as secretarias que ficaram sob o comando dos petebistas, estava a de Obras e Viação (Smov) e da Saúde. O partido indicou o secretário por dois mandatos em cada uma delas. No caso do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), por exemplo, o PTB o comandou por 12 anos. Agora, com a nomeação de Sabino, as funções exercidas pela antiga Smov voltam a ser coordenadas por um petebista.
As importantes estruturas assumidas pelo PTB se deveram, em grande medida, ao protagonismo de Eliseu Santos (PTB) - que inclusive foi vice-prefeito no primeiro mandato de Fogaça. "Com certeza, ter o vice ajudou (a assumir pastas importantes). Até porque tínhamos uma coligação com o PPS (partido de Fogaça naquele momento), que era ainda incipiente em Porto Alegre. O PTB estava consolidado, por isso, tínhamos bons quadros para indicar", analisou o presidente municipal do PTB, Everton Braz.
Braz apontou também que uma das vantagens de estar à frente de uma pasta por várias gestões é a possibilidade de desenvolver um trabalho de longo prazo. E também opinou que os secretários "tem que ter tanto capacidade política quanto algum conhecimento técnico".
"Um técnico não é garantia de um bom trabalho, assim como uma indicação política não resulta necessariamente em um mal trabalho. Até porque a capacidade política é imprescindível na gestão pública", declarou o presidente municipal do PTB. 
Quanto ao PP, a sigla dirigiu dois órgãos com status de primeiro escalão nos dois mandatos de Fogaça e no primeiro de Fortunati. Quando o pedetista se reelegeu, em 2012, preservou o espaço do PTB e ampliou o do PP, que passou a comandar quatro instituições com poder de secretaria.
No ano passado, Gustavo Paim (PP) compôs a chapa majoritária com Marchezan - o que deve ampliar a participação do partido na gestão do tucano, assim como aconteceu com o PTB, quando Fogaça se elegeu ao lado de Santos. 

Cientista político alerta para criação de 'feudos' na prefeitura

Qual a dinâmica que faz com que determinados partidos comandem por tanto tempo determinadas estruturas da administração pública? Ao refletir sobre essa questão, o cientista político Álvaro Rocha chamou atenção para dois critérios - muitas vezes, conflituantes - que costumam pautar a escolha do secretariado: a qualidade técnica e a acomodação dos aliados políticos.
"Quando o gestor vai escolher sua equipe, um dos critérios que leva em conta é a qualidade técnica, que acredito que vá ser cada vez mais valorizada. O outro é uma espécie de loteamento político, em que nomeia aliados que nem sempre têm conhecimento da área na qual vão atuar. Mas chamou atenção para o risco de os partidos se "adonarem" de estruturas públicas: "Às vezes, o loteamento político leva à criação de feudos em determinados espaços, em determinadas secretarias".