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Opinião

- Publicada em 18 de Janeiro de 2017 às 19:36

A queda da taxa de juros e a confiança na economia

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 pontos percentuais, para 13%, foi saudada como uma ótima notícia neste início de 2017. A última vez que um corte deste tamanho tinha sido feito foi há quase cinco anos, em abril de 2012.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 pontos percentuais, para 13%, foi saudada como uma ótima notícia neste início de 2017. A última vez que um corte deste tamanho tinha sido feito foi há quase cinco anos, em abril de 2012.
O presidente do BC, Ilan Goldfajn, já havia reforçado, no final do ano passado, que a autoridade monetária iria intensificar o ritmo de corte da taxa Selic. Havia uma grita, com razão, do empresariado para que os juros caíssem. E até o presidente Michel Temer (PMDB) ajudou nessa pressão, com declarações de que esperava, de fato, esse movimento.
Entretanto, o mercado projetava um corte de 0,5 pontos percentuais na semana passada. Mas a decisão de 0,75 p.p. demonstrou que a tendência é de uma mudança mais rápida, o que foi justificado pela queda na inflação, que também superou as expectativas mais otimistas, fechando 2016 em 6,29%, abaixo do teto da meta, segundo o índice oficial - o IPCA, divulgado pelo IBGE.
Os efeitos foram imediatos, já que, além de fatos concretos, a economia também é movida por confiança. Pode ter se iniciado aí um ciclo positivo neste aspecto. As repercussões foram positivas, a começar pela pesquisa semanal do BC, o boletim Focus, que, pela primeira vez, estimou que a taxa básica de juros vai fechar o ano em um dígito - as instituições consultadas previram 9,75% para a Selic ao final de 2017. Apenas uma semana antes, o dado projetado era 10,25%.
A boa sequência prosseguiu com a divulgação da ata da última reunião do Copom, que sinalizou uma "antecipação do ciclo de distensão da política monetária" em função do atual cenário econômico. Em outras palavras, reafirmou que o momento é favorável para novos cortes na taxa de juros, em função de uma inflação que está em queda e deve chegar, neste ano, próxima ao centro da meta, de 4,5%.
Aliás, essa é uma questão central. Embora existam pressões legítimas por grande parte da sociedade e dos setores produtivos, além do próprio governo, o Banco Central deve ter responsabilidade, ou seja, não promover um corte da taxa de juros de forma artificial, o que poderia reanimar a inflação, o que seria catastrófico, já que ainda vivemos um cenário de recessão, com sucessivas baixas no Produto Interno Bruto (PIB), trimestre após trimestre.
Há esperança de retomada da economia a partir do segundo semestre e, muito provavelmente, mesmo com a queda de juros, a inflação deverá seguir a tendência de baixa, em função da fraca atividade econômica do País.
Nesse aspecto, a queda da Selic é fundamental, para que o preço do crédito tomado pelos empreendedores caia, de forma que o setor produtivo volte a investir, gerar renda e, fundamentalmente, empregos, a fim de minimizar a catástrofe que é ter mais de 12 milhões de brasileiros sem um posto de trabalho.
A redução dos juros também terá efeito positivo no âmbito governamental, pois diminuirá, por consequência, os gastos com o serviço da dívida pública, principal rubrica de despesas do governo federal atualmente - à frente até do que é direcionado para saúde, segurança e educação.
Enfim, o que se espera é, sim, uma queda responsável da Selic ao longo de 2017 e que a economia retome, o quanto antes, o caminho do crescimento.
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