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Opinião

- Publicada em 15 de Janeiro de 2017 às 18:31

Morre o gênio polaco

Quanto ao sociólogo e escritor Zigmunt Bauman, recém-falecido, aos 91 anos, tive uma relação engraçada. Na faculdade onde trabalhei por uma década, dois coordenadores tentaram prova de mestrado em várias instituições, e não conseguiam entrar. Então ingressaram como alunos especiais num curso de mestrado de Estudos Culturais. Na sala dos professores ouvia comentários do quão difíceis eram os textos de Bauman, intragáveis, incompreensíveis. Então um deles, meu amigo, que me ajudou diversas vezes em várias situações (o que não é comum, pois geralmente as pessoas ferram umas às outras), me pediu que eu o auxiliasse num trabalho de mestrado. Li os textos e o fiz para ele: era fácil demais, sem nenhum mistério. Falava da pós-modernidade e das relações de consumismo, do comportamento fútil das pessoas, da falta de durabilidade das relações humanas, falta de respeito generalizada entre pessoas, colegas, empresa e cidadão; enfim: a sociedade em que vivemos. Logo, nada mais fácil, nada mais simples.
Quanto ao sociólogo e escritor Zigmunt Bauman, recém-falecido, aos 91 anos, tive uma relação engraçada. Na faculdade onde trabalhei por uma década, dois coordenadores tentaram prova de mestrado em várias instituições, e não conseguiam entrar. Então ingressaram como alunos especiais num curso de mestrado de Estudos Culturais. Na sala dos professores ouvia comentários do quão difíceis eram os textos de Bauman, intragáveis, incompreensíveis. Então um deles, meu amigo, que me ajudou diversas vezes em várias situações (o que não é comum, pois geralmente as pessoas ferram umas às outras), me pediu que eu o auxiliasse num trabalho de mestrado. Li os textos e o fiz para ele: era fácil demais, sem nenhum mistério. Falava da pós-modernidade e das relações de consumismo, do comportamento fútil das pessoas, da falta de durabilidade das relações humanas, falta de respeito generalizada entre pessoas, colegas, empresa e cidadão; enfim: a sociedade em que vivemos. Logo, nada mais fácil, nada mais simples.
Como gosto de estudar, me programei a fazer prova de doutorado em Estudos Culturais exatamente por causa de Bauman, por ter gostado de seus textos. Passei a comprar um por um: Vida Líquida, Modernidade Líquida, Amor Líquido. Era uma descoberta.
Lembrei meu pai, falecido em 2002 e seu amor pela Polônia. Nas Copas do Mundo, o velho Jablonski torcia pela Polônia, não pelo Brasil. Ficaria sensibilizado de saber que o gênio da humanidade nos últimos 20 ou 30 anos era do seu país de coração.
Bauman era um típico intelectual cujas obras ainda são muito procuradas. Escrevia muito e vendia muito. Talvez seja interessante começar a ler alguma coisa inteligente e largar um pouco as frases feitas do Face ou do Whats. Cultivar a inteligência, de vez em quando, apenas para dar uma variada, talvez faça algum bem. Ou talvez ofenda os cérebros que não estão acostumados com situações inteligentes.
Mestre em Letras pela Ufrgs, autor de 11 livros de crítica literária e professor
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