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Opinião

- Publicada em 02 de Janeiro de 2017 às 19:00

A oportunidade de melhorar a gestão em meio à crise

Um bordão muito utilizado no meio de empreendedores é que a crise também é um momento de oportunidades, se as circunstâncias forem bem aproveitadas. Isso no meio privado. Evidentemente, um governo não é uma empresa, mas é possível aplicar também na gestão pública alguns ensinamentos bem-sucedidos de gestores privados.
Um bordão muito utilizado no meio de empreendedores é que a crise também é um momento de oportunidades, se as circunstâncias forem bem aproveitadas. Isso no meio privado. Evidentemente, um governo não é uma empresa, mas é possível aplicar também na gestão pública alguns ensinamentos bem-sucedidos de gestores privados.
Neste momento em que novos prefeitos e vereadores assumem os cargos em todo o Brasil, é o caso de pensar sobre as oportunidades que a crise apresenta para os municípios. É claro que a adversidade dificulta o trabalho dos novos prefeitos, pois terão menos verbas para atender aos serviços desejados pela população.
Por sinal, a tônica dos discursos de posse dos eleitos nas capitais de todo o País, e também em muitas cidades do interior, foi a austeridade nos gastos públicos. Daí, começaram a ser efetivadas medidas práticas, como cortes de cargos em comissão (CCs), número de secretarias, horas extras, entre outros gastos.
Por exemplo, no Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB) vai reduzir em 50% o gasto com CCs e em 25% com contratos. Em Curitiba, o prefeito Rafael Greca (PMN) prometeu cortar 40% dos CCs e funções gratificadas da prefeitura.
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), tratou de apresentar uma redução drástica no tamanho da máquina pública. Pode-se até questionar o número de 15 secretarias proposto pelo tucano, mas é inquestionável que as 36 estruturas de primeiro escalão com que a prefeitura vinha trabalhando até aqui era um número exagerado.
E é claro que simplesmente cortar gastos não é uma solução mágica para todos os problemas dos municípios. Mas, tendo em vista o momento pelo qual passa o País, há clima para fazer ajustes que, em outros momentos, teriam maior dificuldade de passar.
Trata-se, pois, de focar no essencial, naquilo de que, de fato, é importante para o cidadão e que é competência do município. Não por acaso, de Norte a Sul do País, os novos prefeitos destacaram a dificuldade financeira que terão pela frente e a necessidade de impor cortes.
Fica mais fácil quando ainda existem privilégios, isto é, quando se pode revogar "mordomias", gastos supérfluos, que não chamariam tanto a atenção em época de bonança. Mas agora, quando a regra é olhar com lupa os gastos, esse tipo de desperdício do dinheiro público salta aos olhos.
É um aprendizado que pode ser aplicado no futuro, quando a situação estiver melhor. É evidente que os efeitos no curto prazo também trarão prejuízos à população, já que haverá cortes em investimentos e faltará verba para algumas obras.
De novo, o caso da capital gaúcha é emblemático, pois, embora tenha tido superávits em 2014 e 2015, o ano passado foi de muitas dificuldades, cogitando-se até mesmo não pagar a folha dos servidores públicos municipais. Isso sem falar nas perdas com obras atrasadas por falta de repasse da administração, o que mostra que a situação realmente é difícil.
Assim, o que se deseja é muito trabalho e continuidade, ou seja, que esse início de mandato austero dos novos prefeitos não seja apenas discurso ou uma carta inicial de boas intenções, mas sim uma prática permanente, que permita uma recuperação que possa render em benefício da população e um aprendizado permanente para os gestores e as cidades no trato com a coisa pública.
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