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- Publicada em 31 de Janeiro de 2017 às 21:38

Rodoviários da Capital não aceitam fim de cobradores

Protesto deve atingir corredores da Farrapos, João Pessoa e Osvaldo

Protesto deve atingir corredores da Farrapos, João Pessoa e Osvaldo


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Igor Natusch
Está prevista para a manhã desta quarta-feira uma operação tartaruga nos corredores de ônibus de Porto Alegre. O protesto, convocado pelo Sindicato dos Rodoviários da Capital, tem como principais motivações a negociação salarial com as empresas de ônibus e a possibilidade de demissão em massa de cobradores, possível consequência da proposta do prefeito Nelson Marchezan Júnior de eliminar a circulação de dinheiro nos coletivos. O dia 1 de fevereiro é a data-base para o dissídio da categoria e um acordo para o aumento salarial está distante.
Está prevista para a manhã desta quarta-feira uma operação tartaruga nos corredores de ônibus de Porto Alegre. O protesto, convocado pelo Sindicato dos Rodoviários da Capital, tem como principais motivações a negociação salarial com as empresas de ônibus e a possibilidade de demissão em massa de cobradores, possível consequência da proposta do prefeito Nelson Marchezan Júnior de eliminar a circulação de dinheiro nos coletivos. O dia 1 de fevereiro é a data-base para o dissídio da categoria e um acordo para o aumento salarial está distante.
A possibilidade de retirar os cobradores das roletas foi reiterada por Marchezan em uma reunião com o sindicato, ocorrida na terça-feira. A recepção dos trabalhadores não foi das melhores. "Não vamos aceitar, em hipótese alguma. Faremos tudo para impedir, nem que tenhamos que parar a cidade", acentua Adair da Silva, presidente da entidade. Segundo ele, cerca de 3.600 famílias seriam atingidas negativamente, caso as demissões se concretizem. Ao Jornal do Comércio, o diretor em exercício da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC), Marcelo Soletti, prometeu um "processo de recolocação" para esses trabalhadores, garantindo que a mudança é um projeto "de longo prazo".
Além do impacto social das eventuais demissões, Silva reforça a utilidade do trabalho dos cobradores. "É mais que receber dinheiro e entregar o troco. Eles ajudam no embarque de deficientes, na fiscalização das viagens. Como vamos deixar os motoristas sem esse apoio?", argumenta.
Conforme o sindicato, a negociação para o reajuste salarial está em suspenso. A primeira proposta da Associação de Transportadores de Passageiros (ATP), de repor a inflação do período em duas parcelas, foi rejeitada pelo sindicato. "É ofensivo. Levantamos e fomos embora", diz Silva. Mesmo reiterando que a categoria não deseja uma greve total, como ocorreu em 2014, ele admite que uma paralisação não está descartada. "Todo mundo perdeu daquela vez. Mas não vamos recuar em nossos direitos."
Advogado que representa os interesses da ATP, Alceu Machado diz que o clima da negociação ainda não está "exacerbado", mas considerou "inoportuna" a hora escolhida pela prefeitura para debater a situação dos cobradores. "Em meio a uma negociação difícil, em um momento muito grave para todos, isso naturalmente tensiona a situação", colocou.
Machado diz que algumas exigências sindicais, como a manutenção do atual acordo em torno dos planos de saúde, complicam o cenário. A situação, garante, se torna mais difícil a partir de decisões judiciais, como a que manteve as passagens sem aumento durante parte do ano passado. "As empresas pagaram salários pelo valor novo, sem contrapartida na tarifa. É um acumulado de encargos que dificulta a operação do sistema."
Segundo dados divulgados pela prefeitura, a ATP sugere reajuste nas passagens de R$ 3,75 para R$ 4,30, como forma de oferecer aumento aos rodoviários e custear o sistema. Pelos cálculos das concessionárias, os gastos com pessoal seriam quase a metade do valor da tarifa. Outros cálculos, da EPTC, resultam em três possíveis reajustes, com valor máximo de R$ 4,05. Para chegar a esses índices, a prefeitura estimou o dissídio dos rodoviários em 5,15%, a partir de uma projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) entre fevereiro de 2016 e janeiro deste ano.
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