Mauro Belo Schneider

O sabor da Hungria em São Sebastião do Caí

Mauro Belo Schneider

Há 50 anos, o restaurante A Canga, na beira da RS-122, em São Sebastião do Caí, é o único do Sul do Brasil a oferecer comida húngara. Como o proprietário, Carlos Cvitko, de 57 anos, diz: "quem quiser provar o tempero do país terá de vir aqui". A concorrência mais próxima de seu estabelecimento está em São Paulo e no Sergipe.
Há 50 anos, o restaurante A Canga, na beira da RS-122, em São Sebastião do Caí, é o único do Sul do Brasil a oferecer comida húngara. Como o proprietário, Carlos Cvitko, de 57 anos, diz: "quem quiser provar o tempero do país terá de vir aqui". A concorrência mais próxima de seu estabelecimento está em São Paulo e no Sergipe.
O negócio foi criado pelos pais de Carlos, Karoly e Erzsebet, ambos falecidos. O casal saiu da Hungria em 1957, fugindo do comunismo soviético. A estreia no empreendedorismo se deu após Karoly ter trabalhado em uma siderúrgica e em hotéis, como o Plazinha, em Porto Alegre - atividades que o aproximaram da gastronomia. Em 1967, então, quis seguir seu caminho por conta própria.
Na época, Carlos (que hoje toca a operação ao lado de dois dos três filhos, Carlos Felipe, 30, e Rafael, 32) era criança. Cresceu, portanto, no ambiente que atualmente está sob sua responsabilidade. O cardápio se mantém o mesmo da época de seus criadores. Entre os pratos, o mais tradicional é o pimentão recheado com carne moída e arroz, molho de tomate e páprica doce. Frango à milanesa, sopa de miúdos de frango com massa caseira, batatas fritas e bolinho de carne frito também fazem parte das opções.
As refeições são servidas à francesa por R$ 24,20 nos dias úteis (almoço executivo), e, nos fins de semana, custam entre R$ 44,00 e R$ 57,50 - dependendo do tipo de escolha. Domingo é quando se registra a maior procura: a casa prepara uma média de 120 almoços. "Mas, nos últimos anos, devido à instabilidade, perdemos 30% do movimento", avalia Carlos.
O sucessor do restaurante, que tem 90 lugares para acomodar a clientela, lembra que o início de A Canga não foi nada fácil. Em três meses de funcionamento, foram servidos apenas dois almoços. "A gente sobrevivia com serviço de bar", conta. Agora, os problemas são outros. "O maior desafio é conseguir pagar os impostos e sobrar uma quantia para fazer algo de bom", coloca.
O que sempre salvou as vendas foi o "boca a boca". A página no Facebook, inclusive, foi criada por um cliente, mas hoje é Carlos quem administra. Embora ele não tenha nascido na Hungria, já visitou o país cinco vezes. Mesmo longe, no estabelecimento, consegue se sentir próximo da cultura de sua família e repassá-la aos frequentadores. A experiência pode ser levada para casa através dos produtos ali vendidos, como vinhos originais, conservas, geleias, sucos e aguardentes.
 
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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