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Conjuntura

- Publicada em 31 de Janeiro de 2017 às 18:38

Temer vê 2017 com boas notícias para a economia

Michel Temer frisou que recebeu governo em condições desfavoráveis

Michel Temer frisou que recebeu governo em condições desfavoráveis


NELSON ALMEIDA/AFP/JC
O presidente da República, Michel Temer, disse, nesta terça-feira, que a economia brasileira inicia o ano com boas notícias e considerou que o País vive um momento de "reerguimento". Durante evento promovido pelo Credit Suisse, na zona Sul da capital paulista, Temer assinalou que o País está saindo da recessão, por força da queda dos juros, como resultado do controle da inflação.
O presidente da República, Michel Temer, disse, nesta terça-feira, que a economia brasileira inicia o ano com boas notícias e considerou que o País vive um momento de "reerguimento". Durante evento promovido pelo Credit Suisse, na zona Sul da capital paulista, Temer assinalou que o País está saindo da recessão, por força da queda dos juros, como resultado do controle da inflação.
"Vamos começar a registrar crescimento", disse o presidente, repetindo, porém, que o combate ao desemprego só acontecerá após as empresas ocuparem a capacidade ociosa.
Ao dar exemplos de sinais de reação da atividade econômica, Temer citou a estimativa recorde da safra de grãos, os "números históricos" da produção de petróleo e gás da Petrobras em dezembro e o recorde na geração de energia da usina de Itaipu no ano passado.
O presidente disse que a inflação no Brasil caminha para o centro da meta, de 4,5%, neste ano ou, "quem sabe", abaixo dessa marca. Afirmou ainda que o presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, também presente no evento do Credit Suisse, "merece aplauso", pois reduziu a inflação para dentro do teto.
Durante discurso que durou meia hora, Temer, para ressaltar avanços de sua gestão, lembrou das condições da economia na época em que assumiu o governo - entre elas, uma inflação que passava dos 10% e um desemprego que atingia quase 12 milhões de pessoas.
"A atitude de enfrentamento desses fatos nos permitiu traçar diagnósticos realistas da situação do Brasil. Ficou claro que a origem da crise era fiscal", disse o presidente.
Nesse ponto, ele lembrou o amplo apoio obtido no Congresso para aprovação da proposta de emenda constitucional que limitou as despesas primárias da União, medida que, segundo Temer, fecha a porta ao crescimento desenfreado dos gastos públicos por 20 anos.
Temer frisou ainda que o País não precisou chegar ao teto da meta fiscal que tinha sido autorizado pelo Congresso no ano passado: R$ 170,5 bilhões. Ainda assim, considerou que o rombo de mais de R$ 155 bilhões registrado em 2016 representa uma "soma preocupante", assim como o déficit da Previdência, de R$ 150 bilhões.
O presidente da República voltou a defender a modernização das leis trabalhistas, lembrando que a CLT é de 1943. Em especial, ele afirmou que as convenções negociadas entre sindicatos e empregadores devem prevalecer sobre a lei.
"Os investidores terão, assim, mais segurança nas matérias negociadas com trabalhadores", comentou Temer durante discurso proferido no evento.
O peemedebista voltou a garantir que os direitos fundamentais dos trabalhadores serão respeitados na reforma trabalhista.

Meta de inflação pode chegar a 3% no longo prazo, diz presidente do BC

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou que o País está no caminho para a queda da inflação e que, no longo prazo, a meta pode chegar a 3%, parecida com a de outros países emergentes. "Isso a longo prazo. Ao longo dos anos, tomando decisões a cada junho, (poderemos) levar a inflação para uma meta de 3%. Por enquanto, estamos buscando nossa meta atual, que é 4,5%", disse a investidores em evento organizado pelo Credit Suisse, na capital paulista.
Perguntado sobre o crédito de curto prazo, Goldfajn disse que, no Brasil, é preciso trabalhar com medidas que garantam mudanças sustentáveis. Segundo ele, as iniciativas que estão sendo anunciadas pelo governo têm foco no médio prazo e terão impacto duradouro.
De acordo com o presidente do BC, o Brasil está menos vulnerável a choques externos do que no passado. Em 2016, o déficit de transações correntes - saldo das trocas de mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo - fechou em 1,35% do Produto Interno Bruto (PIB). "Nossas reservas ultrapassam 20% do PIB. Hoje, a vulnerabilidade externa do Brasil é muito menor", analisou. Goldfajn disse ainda que a economia brasileira está em período de recuperação.

Confiança da indústria e dos serviços sobe mais de 4%

O aumento na confiança dos empresários da indústria em janeiro, que atingiu o seu maior nível desde maio de 2014, foi impulsionado principalmente pela expansão da produção em dezembro do ano passado e pela intensificação do ritmo de queda da Selic, aponta o economista Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas Públicas do Ibre/FGV.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pela FGV, subiu 4,3 pontos no primeiro mês de 2017, para 89 pontos. Dentro desse indicador, o Índice de Expectativas (IE) avançou 4,7 pontos, para 91 pontos, e o Índice da Situação Atual (ISA) teve alta de 3,8 pontos, para 87 pontos.
O resultado da produção industrial em dezembro, que será divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE e cujas projeções do mercado apontam para crescimento, foi um dos principais fatores para o avanço da confiança. "A aceleração da produção em dezembro se deve a uma devolução da indústria de duráveis, principalmente a de automóveis, que teve alguns problemas nos meses anteriores", disse o economista, em referência à Volkswagen, que precisou interromper a produção em agosto e setembro por falta de fornecimento.
Além disso, continuou Campelo, a intensificação do ritmo de flexibilização monetária deu maior otimismo aos empresários do setor industrial. Ainda na primeira quinzena de janeiro, o Banco Central anunciou uma redução de 0,75 ponto percentual na Selic, depois de dois cortes seguidos de 0,25 ponto percentual.
Também no setor de serviços a confiança voltou. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 4,1 pontos na passagem de dezembro para janeiro, para 80,4 pontos, na série com ajuste sazonal, informou a FGV. Com a alta, o indicador ultrapassa a marca dos 80 pontos pela primeira vez desde fevereiro de 2015.
"A melhora na percepção do setor sobre as condições de negócios, tanto em relação a fatores atuais quanto em sua visão sobre as expectativas, é um aspecto favorável dos resultados da Sondagem de Serviços neste início de ano."