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Economia

- Publicada em 16 de Janeiro de 2017 às 21:50

Leilão de descontratação deve focar a fonte solar

Carência de fabricantes nacionais atrapalha implantação de grandes usinas solares no País

Carência de fabricantes nacionais atrapalha implantação de grandes usinas solares no País


divulgação/jc
Jefferson Klein
Como o Brasil vive hoje um cenário de sobra de eletricidade, a Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia apresentou a proposta da realização de um leilão de descontratação de energia de reserva, que está sendo estudada pelo governo federal. A ideia é que os empreendedores paguem para sair dos seus contratos de entrega de energia, sendo que quem despender os valores mais elevados será selecionado. A perspectiva é que o maior volume de eletricidade que deixará seus acordos será proveniente da fonte solar.
Como o Brasil vive hoje um cenário de sobra de eletricidade, a Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia apresentou a proposta da realização de um leilão de descontratação de energia de reserva, que está sendo estudada pelo governo federal. A ideia é que os empreendedores paguem para sair dos seus contratos de entrega de energia, sendo que quem despender os valores mais elevados será selecionado. A perspectiva é que o maior volume de eletricidade que deixará seus acordos será proveniente da fonte solar.
O analista de mercado do grupo Safira Energia Lucas Rodrigues argumenta que a falta de fornecedores nacionais de equipamentos para parques solares implica um obstáculo para esse mercado. Essa situação é um empecilho, fundamentalmente, para as usinas de grande porte, que atendem a enormes demandas elétricas, e não para a micro e minigeração, feita em residências e comércios, com painéis fotovoltaicos. A descontratação também deverá abranger a fonte eólica, mas não tão intensamente.
Rodrigues explica que a característica da energia de reserva é ser proveniente de fontes renováveis e destinada a abater parte da carga demandada pelo sistema elétrico interligado. "É uma reserva de capacidade", reforça. No entanto, trata-se de uma produção cara, que impacta a conta de luz do consumidor final e que não é firme (ou seja, oscila com as variações climáticas). Por isso, o integrante do grupo Safira considera a descontratação correta, pois é uma geração desnecessária neste momento.
O especialista ressalta que não é possível rescindir os acordos de complexos que já estejam entregando energia, somente poderão ser revistos os dos projetos que ainda não entraram em operação comercial. Rodrigues adianta que deverão participar do certame de descontratação investidores que estão com problemas para finalizar suas usinas ou os que preveem que seus empreendimentos não terão uma boa performance. A iniciativa torna-se interessante quando fica mais barato pagar para sair do contrato do que sofrer as penalidades pelo atraso da entrega da energia.
Como o Rio Grande do Sul não tem projetos solares de larga escala sendo desenvolvidos e, desde 2014, nenhum parque eólico no Estado saiu vencedor de algum leilão de energia, é pouco provável que empreendimentos gaúchos recorram à descontratação. Rodrigues defende que a retirada de parte da energia reserva prevista para o sistema elétrico não significa que aumente o risco de racionamento, porque o consumo encontra-se baixo, e a expectativa é que a retomada da economia seja lenta. Além disso, no ano passado, houve a entrada recorde de produção de energia no País. Conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), até dezembro de 2016, foram adicionados 9.526 MW (mais do que o dobro da demanda média do Rio Grande do Sul), maior valor desde o início da série histórica, em 1998. Para 2017, está previsto um incremento de 7.120 MW de capacidade instalada.
O presidente da Tradener, Walfrido Avila, também julga a descontratação uma ideia válida. O executivo aposta que muitos projetos que venceram leilões de energia reserva não saíram do papel por motivos como falta de capacidade financeira das empresas, mau planejamento, entre outras razões. O dirigente cita ainda dificuldades que fogem da alçada do investidor como restrições ambientais e burocracias legais. "É uma oportunidade de esse pessoal cair fora", resume. Avila prefere não arriscar um palpite quanto ao volume de energia que será descontratado, contudo o presidente da Tradener tem certeza de que haverá participantes no leilão.
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