Mesmo que a União costure um acordo emergencial para socorrer o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul - os três estados em situação de calamidade financeira -, o alívio de R$ 12,9 bilhões com a eventual suspensão das cobranças de dívidas federais não será, sozinho, suficiente para solucionar a crise. Ainda restaria um déficit de R$ 19,5 bilhões para este ano, segundo os próprios governos estaduais.
É por isso que o Planalto continua trabalhando nos detalhes do acordo, sobretudo nas contrapartidas que serão impostas aos estados, uma forma de tentar garantir de fato a resolução do problema no longo prazo. Uma das medidas é a autorização para a captação de novos empréstimos, desde que seja para renegociar dívidas ou promover medidas de ajuste. Outra iniciativa é a privatização de ativos estatais. Mas algumas dessas operações são vistas com resistência.
No Rio Grande do Sul, o principal ativo seria o banco estatal, o Banrisul, mas a avaliação é que o Estado enfrentará dificuldades políticas para abrir mão do ativo. "O Banrisul estaria completamente fora desse rol de possibilidades de privatização", afirma o secretário da Fazenda, Giovani Feltes.